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    Colhedor de café viaja 1.200 km para vender sorvete em praia paulista

    NATÁLIA DE CASTRO CANCIAN
    ENVIADA ESPECIAL AO LITORAL NORTE

    12/01/2014 02h00

    Na temporada de verão, há quem percorra mais de 1.200 km em busca de um bom negócio em frente ao mar. Sempre em novembro, Jaime Rodrigues, 28, despede-se do trabalho de colheita nas fazendas de café no norte de Minas Gerais e pega a estrada rumo ao litoral do Estado de São Paulo.

    Neste ano, o jovem de Virgem da Lapa foi contratado como sorveteiro em empresa de Ilhabela, a FrutVerão. Do serviço anterior, na colheita, guarda como semelhança a jornada extensa. Rodrigues estima cumprir até dez horas de jornada diária para a venda de sorvetes na praia do Curral, uma das mais badaladas da região.

    'Indústria do verão' fatura até 71% mais

    As vendas aumentam em dias de calor. Na quinta-feira passada, enquanto conversava com a reportagem, o sorveteiro foi abordado por até sete clientes em menos de 15 minutos.

    Leonardo Soares-08.jan.2014/Folhapress
    Jaime Rodrigues, que saiu do norte de Minas Gerais e foi para Ilhabela (SP) vender sorvete
    Jaime Rodrigues, que saiu do norte de Minas Gerais e foi para Ilhabela (SP) vender sorvete

    LÍNGUA AZUL

    "Tio, tem Blue Ice?", perguntou uma das crianças, referindo-se a um picolé que deixa a língua azul. Em um dia comum, ele calcula vender 150 picolés (os preços variam de R$ 3,50 a R$ 5). "Mas tem vezes que vendo mais. No final de semana sai de 200 até 300 palitos por dia", afirma o mineiro, que estima receber até 30% do valor total das vendas.

    Apesar da experiência –além do litoral paulista, Rodrigues já trabalhou nas praias de Santa Catarina–, trabalhar embaixo do sol não é fácil. "Tem que fazer da fraqueza a força. Às vezes dá vontade de deixar o carrinho e sair correndo", afirma, aos risos. Rodrigues não é o único que veio de "longe" para trabalhar no litoral paulista.

    Também de Minas, mas da cidade de Berilo, no Vale do Jequitinhonha, o sorveteiro Alcidino Rocha Alves, 40, da Nestlé, já comemora: para ele, as vendas estão melhores nesta temporada.

    "Depende muito do público e de como está o tempo. Neste ano está melhor porque tem mais sol", afirma ele, que faz o trajeto rumo ao litoral há cinco anos, junto com alguns de seus familiares.

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