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    Bolsa fecha em alta, apesar da pressão negativa de siderúrgicas

    DE SÃO PAULO

    14/01/2014 18h19

    O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa brasileira, fechou esta terça-feira (14) em alta de 0,56%, a 49.703 pontos. O movimento foi amenizado pela queda das ações de empresas produtoras de matérias-primas, como as siderúrgicas.

    "A variação da Bolsa foi pouco intensa. Foi mais uma recuperação da perda que tivemos na semana passada, quando o Ibovespa perdeu um importante patamar, o de 50 mil pontos. As perspectivas para o nosso mercado seguem negativas", diz Leandro Ruschel, analista e diretor da Leandro & Stormer.

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    Os investidores operaram na expectativa pelo desfecho da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que começou hoje e termina amanhã. Parte do mercado acredita na elevação da Selic em 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano, mas outra parcela aponta para um aumento de apenas 0,25 ponto percentual no juro básico.

    No exterior, as Bolsas americanas subiram nesta terça, sustentadas por resultados bem recebidos de grandes bancos, como Wells Fargo e o JP Morgan, além da agenda positiva de indicadores econômicos do país.

    As vendas no varejo dos EUA subiram mais que o esperado em dezembro, com crescimento de 0,7%, sugerindo que a economia ganhou fôlego no fim do ano passado e que caminha para um crescimento mais forte em 2014.

    Números positivos da economia americana tendem a ter efeito negativo na Bolsa brasileira, pois podem influenciar uma aceleração no ritmo de retirada do estímulo econômico nos EUA, forçando uma redução no volume de recursos disponíveis para investimento em mercados emergentes, como o Brasil.

    "Esse efeito foi ofuscado hoje porque o mercado ainda digere o payroll [relatório de emprego dos EUA], divulgado na última sexta-feira, que veio bem abaixo do esperado", diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. O mercado de trabalho é o principal setor acompanhado pelo banco central americano para suas tomadas de decisões.

    "O 'payroll' deu uma tranquilizada no mercado. Mas o resultado ficou distorcido por conta do inverno rigoroso, que motivou muita gente a deixar de procurar emprego no período. O ritmo de recuperação da economia americana não é forte, mas consistente", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

    AÇÕES

    As ações da construtora Cyrela lideraram a ponta positiva do Ibovespa, com valorização de 3,80% nesta terça-feira. A empresa divulgou ontem sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre do ano passado. Os números vieram melhores que o esperado pelo mercado.

    O setor de telefonia também deu força ao avanço da Bolsa brasileira hoje, com os papéis mais negociados da Oi fechando em alta de 2,80%, enquanto as ações da TIM avançaram 0,68%.

    O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu aprovar a união da Oi com a Portugal Telecom, sem restrições. A fusão dá origem à CorpCo, multinacional com cerca de 100 milhões de clientes.

    Já os papéis da TIM refletiram a notícia de que Carlos Slim, controlador da América Movil, que é dona da Claro, pode fazer uma oferta pela companhia, segundo noticiou a agência italiana de notícias Ansa.

    Com peso relevante no Ibovespa, os papéis do setor financeiro também subiram. Destaque para Itaú Unibanco, com ganho de 1,49%, e Banco do Brasil, que teve valorização de 3,17%.

    Em sentido oposto, as perdas das ações mais negociadas da Petrobras (-0,44%) limitaram o ganho do índice. Pressionou ainda o comportamento negativo das siderúrgicas, com Gerdau caindo 2,55%, CSN perdendo 2,01% e a ação mais negociada da Usiminas em baixa de 0,29%.

    CÂMBIO

    No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou com leve desvalorização de 0,25% em relação ao real, cotado em R$ 2,353 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,21%, a R$ 2,356.

    "O dólar teve um dia volátil. O volume de negócios ficou aquém da média, o que contribuiu para o desempenho. Além disso, a moeda ficou dividida por um alívio momentâneo com o resultado ruim do relatório de emprego americano e pela pressão trazida com perspectivas ruins para a economia brasileira", diz Hegedus.

    Pela manhã, o Banco Central do Brasil promoveu sua intervenção programada no mercado de câmbio, que ocorre diariamente através da venda de 4 mil contratos de swaps cambiais tradicionais. Hoje, esta operação movimentou US$ 198 milhões.

    Folhainvest

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