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    Folhainvest

    Para analistas, juro deve subir nesta noite, mas novo valor divide opiniões

    ANDERSON FIGO
    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    15/01/2014 13h42

    A perspectiva de nova elevação da taxa básica de juros (Selic) nesta noite é unânime no mercado. As apostas, porém, estão divididas entre um aumento de 0,50 ponto percentual ou de 0,25 ponto percentual. Hoje, após seis altas consecutivas, a taxa está em 10% ao ano.

    Levantamento realizado pela agência Bloomberg com 59 instituições mostrou que a maioria (37 apostas) espera um aumento mais modesto no juro. Em contrapartida, 22 especialistas defendem um aperto monetário mais agressivo, acompanhando o ritmo das últimas elevações do Banco Central na Selic.

    "Esperamos que o Banco Central irá reduzir seu ritmo de aperto monetário. Mesmo assim, em resposta à surpresa da inflação em dezembro, também esperamos que a autoridade 'deixe a porta aberta' para mais elevações no futuro, uma vez que o BC se declara dependente de resultados de indicadores", diz Constantin Jancso, economista do HSBC.

    No mês passado, o IPCA (índice oficial de inflação) subiu 0,92%, o maior índice para o mês desde 2002 (2,10%). No acumulado de 2013, a alta foi de 5,91%, a maior desde 2002 e acima das expectativas do mercado, além de maior que a meta informal do governo de entregar uma inflação mais baixa do que no ano anterior.

    Este desempenho é o principal motivador das apostas de elevação menor da Selic. Segundo Marcelo Carvalho, presidente do comitê de acompanhamento econômico da Anbima (associação das entidades de mercado), a projeção reflete uma inflação que deve se manter pressionada em 2014 e encerrar o ano a 6%.

    Já a equipe de análise do Banco Mizuho afirma que a atividade econômica fraca do país, principalmente pelo desempenho da indústria, deve forçar o BC a reduzir a alta da Selic neste mês.

    "Discordamos desta hipótese", diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. "A maioria dos que apostam em 0,25 ponto percentual de alta na verdade simplesmente desdenham a autoridade monetária. É como se dissessem: este BC aí não vai fazer o que tem que ser feito porque está comprometido com o projeto de reeleição e, sendo assim, irá ser leniente", acrescenta.

    Perfeito defende a política do BC. "O BC tem independência e está fazendo tudo que pode para conduzir o sistema de metas num planeta que mandou as favas os bons modos monetaristas através de quantitatives easing (programas de estímulos) nos EUA, no Japão e na Inglaterra", diz. "Soma-se à isto que o Brasil é um país em estado de neurose profunda com inflação que se indexa a cada nova geração via 11 índices diferentes de preços todo mês", completa.

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