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    Pivô do maior desfalque a banco do país é condenado à prisão

    DAVID FRIEDLANDER
    DE SÃO PAULO

    16/01/2014 21h50

    A Justiça Federal condenou a seis anos de prisão o ex-executivo Nelson Sakagushi, pivô dos desvio de US$ 242 milhões do antigo Banco Noroeste (hoje parte do Santander), 15 anos atrás. Hoje com 67 anos, Sakagushi poderá recorrer em liberdade.

    Outros quatro acusados foram absolvidos pelo o juiz Marcelo Cavalli, da 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo. Dois eram subalternos e dois eram superiores de Sakagushi.

    "Meu cliente nunca poderia praticar esse crime sozinho. Vamos recorrer", afirma Jesus Tadeu Galeti, advogado do ex-executivo.

    O golpe no Noroeste é considerado até hoje o maior desfalque a banco da história do país. Foi descoberto em 1998, quando o Noroeste foi vendido ao Santander.

    Marcelo Soubhia - 9.abr.98/Folhapress
    Nelson Sakagushi, em foto de 1998, época em que foi acusado de envolvimento em sumiço de recursos no banco Noroeste
    Nelson Sakagushi em foto de 1998, quando foi acusado de desvio de recursos do Banco Noroeste

    DESVIO

    Então diretor da área internacional da instituição, Sakagushi começou a desviar os recursos em 1995, de uma agência que o Noroeste tinha no Caribe. O dinheiro foi parar nas contas de uma quadrilha de vigaristas nigerianos.

    Sakagushi afirmava ter acreditado que estava investindo na construção de um aeroporto internacional na Nigéria e, quando deu por si, tinha caído num golpe. O ex-diretor do Noroeste chegou a ser preso numa viagem aos Estados Unidos e extraditado para a Suíça, onde cumpriu pena de 30 meses por lavagem de dinheiro.

    Segundo reportagem publicada pela Folha em outubro, hoje Sakagushi vive da aposentadoria do INSS e de bicos que ele e a mulher fazem para reforçar o orçamento.

    "Pode ser que tenha se associado a criminosos nigerianos, forjando a estória de financiamento de um aeroporto internacional. Pode ser, por incrível que pareça, que Nélson, um executivo experimentado do mercado financeiro, tenha caído num dos incontáveis golpes nigerianos que demandam dinheiro adiantado em troca de substanciais ganhos futuros. Seja como for, esse dado é irrelevante. Relevante, para a ação penal, é apenas o fato de que Nélson desviou, de forma fraudulenta, milhões de dólares da instituição financeira e os repassou a criminosos nigerianos", escreveu o juiz na sentença.

    Folhainvest

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