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    Suspeito de fraude da Mega-Sena comprou sete carros em um dia, diz PF

    DE SÃO PAULO

    20/01/2014 19h29

    A quadrilha que desviou R$ 73 milhões da Caixa forjando um bilhete de Mega-Sena cometeu erros grosseiros, segundo a Polícia Federal, como a compra de vários veículos de luxo em um mesmo dia.

    No último sábado (18), a PF desencadeou uma operação para desarticular a quadrilha —segundo a polícia, foi a maior fraude já sofrida pela Caixa.

    O suplente de deputado federal pelo Maranhão Ernesto Vieira Carvalho Neto (PMDB) está entre os detidos. A PF apreendeu um avião comprado por ele. A suspeita é que a aeronave tenha sido comprada com parte do dinheiro do roubo.

    A quadrilha, diz a PF, cometeu erros primários, como compras excessivas logo após o golpe. Um dos suspeitos comprou em uma mesma concessionária de Goiânia, num único dia, seis carros Corolla e uma caminhonete Hilux.

    Robson Nascimento, gerente de uma agência da Caixa em Tocantinópolis (TO), também está preso sob suspeita de integrar a quadrilha. Segundo as investigações, Nascimento foi o responsável por fazer a primeira movimentação dos R$ 73 milhões para uma conta corrente com titular fictício.

    A conta foi aberta no dia 5 de dezembro e, a partir dela, o dinheiro desviado foi repassado para diversas outras espalhadas pelo país.

    Para o delegado da PF Omar Peplow, que apura o caso, outro erro crasso foi o uso de um comprovante real de endereço para abertura da primeira conta a receber o dinheiro desviado — uma pessoa confirmou em depoimento ter fornecido o comprovante ao suplente de deputado.

    Gerentes da Caixa, conforme a PF, possuem uma senha de acesso à conta que efetua pagamentos de prêmios. Antes de efetuarem o pagamento, porém, precisam enviar o bilhete vencedor para checagem da superintendência da Caixa, em São Paulo.

    A Caixa não recebeu nenhum bilhete, mas mesmo assim o valor foi transferido.

    A reportagem questionou o banco se há outros funcionários envolvidos e se houve fragilidade no controle interno que tenha permitido o depósito milionário sem a devida checagem do suposto bilhete.

    A Caixa, em nota, disse que "aprimorou seus controles internos diante de fato relevante" e que também abriu apuração interna.

    O banco informou que acionou a polícia logo que constatou a fraude, que continua acompanhando o caso e que colabora com as investigações.

    A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Nascimento. O advogado do suplente de deputado não respondeu aos telefonemas da Folha.

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