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    Política brasileira é uma das principais preocupações para investidores

    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    22/01/2014 03h00

    Dúvidas sobre a política do Brasil apareceram entre os principais obstáculos ao investimento na enquete anual feita pela consultoria global KPMG com estrangeiros interessados no país.

    O ambiente político foi citado por 14% dos 430 executivos entrevistados, o terceiro item mais lembrado. Ficou atrás de problemas recorrentes nos rankings internacionais: elevada e complexa carga tributária (citada por 37%) e burocracia (17%).

    A consultoria reuniu, no último dia 11 de dezembro, pela internet, executivos de empresas que têm interesse no país.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Segundo Augusto Sales, sócio da área de Estratégia da KPMG no Brasil, a procura aumentou e surpreendeu. "O Brasil não é mais novidade, achávamos que não haveria o interesse de anos anteriores."

    A interrogação sobre o ambiente político cresceu nos últimos meses, afirma Sales. O tema não estava entre os mais citados em 2012 e 2011.

    Em sondagens à consultoria, os estrangeiros querem saber se Dilma Rousseff será reeleita e, em caso positivo, se mudará a política econômica.

    Segundo Sales, que lida com esses investidores desde 2002, esse tipo de dúvida não apareceu nas conversas nas eleições presidenciais de 2006 e 2010.

    Na sua opinião, o interesse no tema pode ter relação com a cobertura jornalística internacional sobre o país, devido aos eventos esportivos de 2014 e 2016.

    "Outro fator é que essa administração faz mais intervenções nos mercados e isso pode levar os investidores a considerar também o ambiente político no Brasil."

    As decisões políticas têm impacto nos planos de investimento das empresas, diz Sales. Ele afirma que já ouviu empresários relatarem uma "parada para reflexão" sobre investimentos no Brasil, o que pode moderar a entrada de recursos no país neste ano.

    Segundo ele, os estrangeiros não demonstram preferência por um dos candidatos, mas perguntam sobre possíveis alternativas e quais programas eles defendem.

    O Ministério da Fazenda não comentou a enquete.

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