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    Bradesco espera avanço de banco privado no crédito

    MARIA CRISTINA FRIAS
    ENVIADA ESPECIAL A DAVOS

    23/01/2014 03h00

    Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, disse ontem acreditar que, com a perda de ímpeto na concessão de crédito em bancos públicos, as instituições privadas poderão avançar sobre o mercado que eles conquistaram.

    "Deve começar a partir deste ano. O ideal era que a fatia fosse de 40% dos bancos privados, 45%, de públicos, e o restante, de estrangeiros. Hoje os públicos têm mais de 50%", afirmou Trabuco, que veio ao Fórum de Davos "mais para ouvir", pois não participará de nenhum painel.

    As instituições públicas ganharam espaço quando, com a crise de 2008, fizeram políticas anticíclicas.

    "Elas têm recursos do Tesouro e não têm o risco de descasamento de prazo, moeda ou indexador, o que os privados nem sempre têm. Mas estão refreando isso, a exemplo do BNDES."
    Para Trabuco, a presidente Dilma Rousseff terá o que mostrar aos investidores em Davos, amanhã.

    "Um exemplo são as concessões. O programa foi muito bem-sucedido: nas rodovias, nos aeroportos, no campo de Libra. Chegou a hora de entregar infraestrutura, transportes... Será bom para o país que ela venha aqui estar 'olho no olho' com os investidores", diz.

    Trabuco afirma que, pelas conversas que teve com investidores na Suíça, o sentimento é que não ocorrerá uma "fuga para a qualidade avassaladora" em direção aos EUA.

    "A taxa de juros não será a de [Paul] Volcker, que saiu de 2% para quase 20% e que quebrou o mundo nos anos 1980. Será uma aterrissagem suave", defende. "O aparato teórico a partir de Keynes deu um sentido pragmático de saber fazer [medidas], respeitando regras de mercado. Os juros não vão subir de elevador."

    Para o presidente do Bradesco, ninguém quer ficar ficar fora do Brasil.

    Em reunião com executivos de fundos de "private equity" (de compra de participação em empresas), ouviu a estimativa de que hoje já chegam a US$ 80 bilhões os investimentos apenas nesse segmento. Há cinco anos, eram US$ 5 bilhões, segundo ele.

    "Pode haver desconfiança, mas há oportunidades no Brasil e grande liquidez no mundo."

    Para ele, o país está na direção certa. "Quando cresce a poupança e a inadimplência cai, isso significa uma boa direção." A taxa de inadimplência das pessoas físicas deverá ficar estável em 2014, estima.

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