• Mercado

    Sunday, 05-May-2024 22:06:01 -03

    Argentino pode fazer duas compras ao ano em sites estrangeiros

    LÍGIA MESQUITA
    DE BUENOS AIRES

    23/01/2014 03h25

    O governo argentino anunciou uma nova medida para conter as importações via lojas on-line. Agora, os argentinos poderão realizar apenas duas compras virtuais por ano em sites de fora do país.

    A resolução foi publicada no "Diário Oficial" um dia depois de a Afip, a Receita do país, informar outras regras que restringem a aquisição de produtos em sites do exterior.

    O argentino que gastar mais de US$ 25 em compras on-line terá de preencher uma declaração juramentada para o fisco e pagar 50% do valor do produto em impostos.

    No Twitter, a restrição foi chamada de "corralito" da web, em alusão ao congelamento dos depósitos bancários que entrou em vigor no fim de 2001.

    O chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, defendeu a resolução.

    "Se queremos que haja indústria na Argentina, temos que ser capazes de defender o nosso", disse.

    A medida é mais uma tentativa do governo de evitar a fuga de divisas do país.

    Em dezembro, a Casa Rosada já havia aumentado de 20% para 35% a alíquota do imposto para transações financeiras de pessoas físicas no exterior, passagens e pacotes de viagens.

    O produtor musical J.F., 31, que pediu que não fosse identificado, compra discos e livros em sites como Amazon e eBay. Agora vai pensar antes de adquirir algo.

    "Querem apagar um incêndio com um copo d'água. Mais uma vez vão prejudicar as pessoas com menos dinheiro", afirmou.

    PESO DESVALORIZA

    E ontem o peso argentino teve sua maior desvalorização em 11 anos. Com o dólar paralelo, que é comercializado em casas de câmbio não oficiais, atingindo a cotação de 12,15 pesos, o dólar oficial passou a 7,14 pesos.

    Em maio de 2013, a presidente Cristina Kirchner havia dito que as pessoas que queriam ganhar dinheiro à custa de uma desvalorização da moeda teriam que esperar "por outro governo", já que quem pagaria por isso seria o povo. De lá pra cá, o peso já desvalorizou 36,5%.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024