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    Argentina preocupa e limita ganhos da Bolsa; dólar oscila

    DE SÃO PAULO

    27/01/2014 11h29

    A crise na Argentina e as preocupações de investidores de que o Brasil esteja indo pelo mesmo caminho do país vizinho limitam os ganhos da Bolsa brasileira nesta segunda-feira (27) e fazem o dólar oscilar.

    Às 11h28, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subia 0,45%, a 48.003 pontos.

    As medidas intervencionistas do governo argentino respingam sobre os emergentes nesta segunda-feira, afirma André Moraes, analista da corretora Rico.com.vc.

    Nesta segunda, o governo argentino anunciou que restringirá a compra de dólares como investimento aos cidadãos com renda mensal de no mínimo de 7.200 pesos (R$ 2.155) - o equivalente a dois salários mínimos -, registrados na Afip, a Receita Federal do país.

    A Casa Rosada também informou hoje que o limite para a aquisição da moeda americana será de US$ 2.000 por mês.

    "O medo é de que os emergentes sejam contagiados pelo pessimismo em relação à Argentina. O investidor não quer saber se o Brasil é igual à Argentina. Ele quer tirar o dinheiro dele do jogo e ir embora", afirma.

    Segundo ele, a falta de um ambiente seguro para investimento afeta a credibilidade dos outros emergentes. "O investidor gosta de segurança, e todo dia tem uma regra nova no país. A gente nunca vai saber se a regra vai melhorar ou piorar a situação", diz.

    Um exemplo é o fato de o governo argentino ter voltado atrás novamente em relação à taxação sobre compra de dólares para viagens de turismo e gastos com cartão de crédito no exterior.

    Na sexta-feira, o governo tinha anunciado que a alíquota cairia para 20% a partir de segunda-feira. No domingo, o ministro da Fazenda, Axel Kicillof, disse que seria mantida, por enquanto, a cobrança de 35% de imposto sobre essas operações.

    Como resultado dessa instabilidade política, os investidores deixam de procurar o país. "Ninguém está investindo, o nível de reservas está baixíssimo, menos de 10% do que temos no Brasil", ressalta Moraes.

    Ao longo da semana os investidores prestarão atenção à reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), nos dias 28 e 29, e também à temporada de divulgação de balanços de empresas. Nesta noite será divulgado o resultado da Apple.

    Na Bolsa brasileira, destaque para as ações da B2W, controladora da Americanas.com e do Submarino.

    Às 11h24, as ações da empresa subiam 29,87%, após a B2W ter anunciado aumento de capital privado, na sexta-feira. A estimativa é que o aumento de capital alcance R$ 2,38 bilhões, mediante emissão privada de 95,2 milhões de ações, ao preço de R$ 25 por papel.

    Os papéis da empresa eram negociados a R$ 20,13.

    DÓLAR

    O dólar ronda a estabilidade nesta segunda-feira, com os investidores de olho na reunião do Fed. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tem leve queda de 0,25%, a R$ 2,396. O dólar comercial, usado no comércio exterior, se mantém em leve alta de 0,04%, cotado em R$ 2,398.

    Há a expectativa de que o banco central americano dê continuidade à sua política de redução dos estímulos que concede à economia dos Estados Unidos. O mercado espera um novo corte de US$ 10 bilhões em seu programa de recompra de títulos, de US$ 75 bilhões para US$ 65 bilhões mensais.

    O corte dos estímulos enxugaria o volume de recursos disponíveis para investimento nos emergentes, como o Brasil, prejudicando tanto a Bolsa quanto o câmbio nacional.

    O Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias no câmbio e vendeu oferta total de 4.000 contratos de swap tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares. Foram 2.200 contratos com vencimento em 1º de setembro e 1.800 com vencimento em 1º de dezembro deste ano. A operação teve volume equivalente a US$ 197,2 milhões.

    Entre 11h30 e 11h40 a autoridade monetária realizará a oitava etapa da rolagem dos contratos de swap que vencem em 3 de fevereiro, oferecendo até 25.000 contratos. O resultado será divulgado a partir das 11h50.

    Folhainvest

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