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    Preço dos livros didáticos sobe até 10%, diz associação

    GABRIELA BAZZO
    DE SÃO PAULO

    29/01/2014 03h00

    Itens fundamentais na lista de material escolar, os livros didáticos sofreram um aumento entre 8% e 10% no seu preço em relação ao ano passado, segundo a ANL (Associação Nacional de Livrarias).

    A alta, de acordo com a Abrelivros (Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares) pode ser explicada pela desvalorização do real ante o dólar Ð como papel e equipamentos são importados, o processo de produção ficou mais caro.

    A Abrelivros não faz o acompanhamento dos preços praticados pelas editoras, mas diz que historicamente o aumento costuma seguir a inflação. "É possível que, neste ano, diante do preço da matéria-prima, haja um comportamento díspar", explica o presidente da associação, Antonio Luiz Rios da Silva.

    O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, fechou 2013 em 5,91%. Gastos com educação ajudaram a puxar o índice para cima, com alta de 7,94%.

    MOTIVOS

    Segundo o presidente da ANL, Ednilson Xavier, o governo é o principal comprador de livros didáticos no Brasil e, por isso, exige descontos altos. Segundo ele, as editoras colocam uma "gordura" no preço final. "O consumidor é quem acaba pagando a conta", comenta.

    De acordo com a ANL, o livro didático custa em média R$ 150. Na Livraria Cultura o exemplar mais barato custa R$ 8,90 e o mais caro R$ 180.

    Segundo a associação, enquanto a editora oferece entre 75% e 80% de desconto para o governo, o abatimento máximo no preço para as livrarias é de 30%. "Se o livreiro tem 5% de lucro no livro didático é muito", comenta Xavier.

    Segundo Silva, o desconto concedido pelas editoras ao governo condiz com o volume de livros comprados e com o processo logístico da operação. Quando os livros são vendidos para o governo, os Correios se responsabilizam por retirar o material nas editoras. Já nas vendas particulares, a distribuição pelo país é de responsabilidade das editoras.

    Por meio do PNLD 2014 (Programa Nacional do Livro Didático), que compra livros para escolas públicas de todo o Brasil, o governo investiu mais de R$ 1 bilhão na compra de mais de 137 milhões de exemplares. O valor médio pago em cada um foi de R$ 7,63.

    A Abrelivros ainda não dispõe dos dados referentes ao ano letivo de 2014. Em 2012 foram vendidos vendidos 18,3 milhões de livros didáticos ao mercado privado, por um preço médio de R$ 52.

    Abaixar os preços do material, para Silva, comprometeria a cadeia de produção. "As margens das editoras não são muito grandes e exigem investimento", explica.

    ALTERNATIVAS

    Diante dos preços, alguns pais e escolas buscam alternativas para diminuir o impacto da lista escolar no orçamento.

    O Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, organiza um evento anual de troca de livros. Segundo a escola, a maioria dos 1.500 alunos divididos entre ensino fundamental e médio traz o material escolar para a troca, que acontece em dezembro.

    A iniciativa garantiu a José Carlos Oliveira Silva uma economia de 90%. Seu filho, que estuda no 8ë ano do colégio, conseguiu oito dos nove livros pedidos na lista durante as trocas.

    "Precisei comprar apenas um livro de português que mudou a edição, paguei R$ 98 com desconto", conta ele, que diz ainda que a média de preço dos livros solicitados era de R$ 106.

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