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    Com pré-sal, BNDES dá R$ 2 bi em crédito a fornecedores da Petrobras

    PEDRO SOARES
    DO RIO

    05/02/2014 12h16

    Diante da necessidade crescente de equipamentos para o pré-sal, o BNDES vem priorizando, além do apoio bilionário para a construção de sondas e plataformas da Petrobras, o financiamento à cadeia de fornecedores diretos ou indiretos da estatal do petróleo.

    Ao todo, a carteira de crédito do banco de fomento tem 36 operações para fornecedores da cadeia de petróleo e gás, totalizando R$ 2,65 bilhões, informou a instituição à Folha.

    O setor é estratégico para o governo. Isso porque é preciso desenvolver a produção brasileira a fim de atender à exigência de conteúdo nacional dos contratos de campos já licitados –e alguns já em operação, com o de Lula– e o de partilha para o campo de Libra, leiloado em novembro passado.

    O percentual obrigatório de encomendas à indústria doméstica oscila em torno de 60%.

    O BNDES já aprovou financiamento para 25 projetos, com crédito de R$ 2,09 bilhões. Outros 11 pedidos de empréstimo foram apresentados ou estão sob perspectiva. Juntos, esses empreendimentos somam mais de R$ 567 milhões em empréstimos a serem concedidos.

    O mais recente contrato foi firmado na semana passada com a norueguesa Aker para a instalação de duas fábricas no país (uma no Paraná e outra no Rio), com apoio de R$ 330 milhões. Trata-se de um dos mais expressivos financiamentos já aprovados pelo banco para fornecedores da Petrobras e seus parceiros.

    Em janeiro, o banco também concedeu empréstimo de R$ 8,8 bilhões à Sete Brasil, empresa da qual a estatal é sócia ao lado de bancos e fundos de pensão e responsável pela construção da maior parte das sondas a serem usadas na exploração e perfuração de poços do pré-sal.

    Editoria de Arte/Folhapress

    PETROBRAS

    Os financiamentos do BNDES são apenas uma pequena parte do investimento total da cadeia de petróleo e gás. A maior parte dos recursos será mesmo aportado pela Petrobras e seus sócios no pré-sal, com dinheiro captado no exterior, a partir da venda de ativos ou geração própria de caixa.

    Mesmo sem contabilizar ainda os investimentos necessários para desenvolver o campo gigante de Libra, o setor de petróleo e gás será líder na atração de investimentos na indústria de 2014 a 2017, segundo mapeamento do BNDES.

    É um dos setores da indústria com maior expansão prevista para os investimentos e o único ligado às commodities a apresentar perspectivas melhores para os próximos quatro anos. Nesse período, toda a cadeia deverá receber R$ 458 bilhões, com alta de 47% em relação ao período de 2009-2013.

    Para Maurício Canedo, economista da FGV, as empresas de petróleo e mesmo seus fornecedores conseguem recursos de modo facilitado e a baixo custo no mercado.

    Um contrato da Petrobras, por exemplo, é uma boa garantia para um financiamento. Desse modo, diz, o BNDES poderia focar sua atuação em outras áreas, como infraestrutura e mobilidade urbana.

    EXPECTATIVA VULTOSA'

    Para o BNDES, a expectativa de investimento no setor de óleo e gás "é vultosa, e, consequentemente, a necessidade de crédito para viabilizar tais investimentos aumenta" no mesmo ritmo, sob impacto da política de conteúdo local do governo.

    A iniciativa, diz o banco, "proporciona que boa parte dos investimentos sejam realizados no país.''

    "Como resultado dessa política, diversas empresas nacionais ou estrangeiras estão ampliando ou construindo novas plantas no Brasil", afirma o BNDES.

    Dentre os projetos com financiamento do BNDES, os destaques são uma fábrica de tubos flexíveis da francesa Technip no norte fluminense, com empréstimo de R$ 485 milhões, e outra do mesmo produto da italiana Prysman, com crédito de R$ 118 milhões.

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