• Mercado

    Thursday, 02-May-2024 00:17:21 -03

    Bancos comprarão até 15% da nova Oi

    JULIO WIZIACK
    DE SÃO PAULO

    07/02/2014 03h00

    Um grupo formado por 12 bancos, nacionais e estrangeiros, comprometeu-se com a Oi a captar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões no mercado para a compra de ações da nova companhia, formada na fusão com a Portugal Telecom no ano passado.

    Essa participação equivale a, no mínimo, 15% da nova empresa, que terá apenas ações com direito a voto, nas Bolsas de São Paulo, Nova York e Lisboa, mas apenas após a injeção de recursos definida pelo acordo de fusão.

    O investimento captado pelos bancos faz parte desse processo, que deve ter seu desfecho em abril, segundo apurou a Folha.

    Credit Suisse, Banco Espírito Santo, Merrill Lynch, Barclays e BTG Pactual, que lidera o sindicato de bancos, se comprometeram a levantar mais recursos, algo em torno de 12% do total cada um.

    Itaú, Bradesco, Citibank, Santander, Votorantim, Banco do Brasil e o português Caixa Geral de Depósitos terão participação menor.

    As 12 instituições deram "posições firmes" para a Oi de que a operadora receberá até R$ 8 bilhões.

    Mas o compromisso não significa, necessariamente, desembolso. Isso porque, nesse processo, os bancos buscarão investidores interessados em se tornar acionista da Oi. Caso não consigam atrair 100% do combinado com a Oi, cada banco desembolsa a diferença e se torna acionista na proporção de seu peso no sindicato.

    Editoria de Arte/Folhapress

    RECUPERAÇÃO

    Essa transação foi arquitetada pelo presidente da Oi, Zeinal Bava, que já tinha trânsito com os principais bancos de investimento do mundo.

    Quando presidia a Portugal Telecom, Bava reuniu, em um evento, investidores com mais de US$ 1 trilhão em recursos aplicados no mundo, inclusive na PT.

    Alguns deles apostam que o executivo conseguirá "sanear" a Oi -reduzindo o endividamento de R$ 30 bilhões e fazendo caixa para investimentos.

    Assim, a empresa pode retomar a disputa com a Telefônica, dona da Vivo, a Claro, do bilionário mexicano Carlos Slim, e a TIM, que pode ser vendida pela Telecom Italia para redução do endividamento da matriz.

    Com R$ 6 bilhões, a Oi já completará sua capitalização de R$ 14 bilhões (resultado da fusão com a PT).

    Havia dúvidas de que a Oi teria sucesso, já que até o governo -via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento)- recusou-se a liberar mais recursos para a empresa, da qual ele é sócio.

    O recado da presidente Dilma foi claro: uma solução de mercado para a companhia.

    Folhainvest

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024