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    Organização kirchnerista acusa empresários de roubarem salário dos argentinos

    LÍGIA MESQUITA
    DE BUENOS AIRES

    08/02/2014 14h14

    Uma organização kirchnerista, que apoia o governo de Cristina Kirchner, espalhou por Buenos Aires cartazes com a cara dos principais empresários do país, acusando-os de estarem "roubando" o dinheiros dos argentinos com aumentos de preços.

    Desde a maior desvalorização do peso em 12 anos, ocorrida no dia 23 de janeiro, a Casa Rosada chama os empresários de conspiradores e especuladores.

    "Conheçam. Estes são os que roubam os seus salários", dizem os cartazes. Abaixo, estão as fotos dos executivos das maiores redes de supermercados e lojas de eletrônicos do país, como Carrefour, Jumbo, Disco, Coto, Wal-Mart e Fávrega.

    Na legenda de cada foto, uma outra acusação: "Aumentou o preço de tudo para tirar o seu dinheiro".

    O material leva a assinatura da Unidos e Organizados, entidade que reúne diversas agrupações kirchneristas, incluindo a principal, La Cámpora, fundada pelo filho de da presidente, Máximo Kirchner.

    Os cartazes também atacam o presidente da Shell na Argentina, Juan José Aranguren.

    Na semana passada, a petroleira havia reajustado o preço dos combustíveis em 12% por causa da alta do dólar. Após essa decisão, o chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, disse que a atitude era "conspiratória" e atentava contra o país. Dois dias depois, o governo fez um acordo com todas as petroleiras e autorizou um reajuste de 6%. A Shell voltou atrás no aumento.

    SUSPENSÃO

    O Banco Central da Argentina interrompeu a liberação de dólares para as importações e pediu que as empresas posterguem os pagamentos aos seus fornecedores por 90 a 180 dias. Hoje os prazos estão entre 30 e 45 dias.

    O objetivo é evitar a deterioração das reservas internacionais, que estão em apenas US$ 27,8 bilhões. A medida vale para as grandes empresas dos setores automotivo, siderúrgico, agroquímico e eletrônico, que já encontram dificuldades para obter dólares desde a semana passada.

    A restrição atinge diretamente o Brasil, que exportou US$ 19 bilhões para a Argentina em 2013. As empresas brasileiras vão receber com atraso e temem um risco de calote se o país quebrar.

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