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    Comércio cresce 4,3% em 2013, menor avanço desde 2003

    DO RIO

    13/02/2014 09h04

    Apesar do menor crescimento da economia, da moderação do consumo das famílias, dos juros mais altos e do crédito escasso, o comércio fechou 2013 com crescimento de 4,3%.

    O resultado, porém, mostra uma desaceleração frente aos 8,4% de expansão em 2012 e é o menor ritmo desde 2003, quando o setor havia registrado uma queda de 3,7%.

    Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (13).

    Em dezembro, as vendas do varejo, em volume, caíram 0,2% em relação a novembro -naquele mês, o setor havia registrado expansão de 0,6% na comparação com outubro.

    O desempenho interrompeu uma série de nove meses de crescimento consecutivo na comparação mensal. Já em relação a dezembro de 2012, houve alta de 4%, a menos intensa desde junho nessa base de comparação anual.

    O setor varejista destoa do comportamento de outros ramos da economia, como a indústria, cuja expansão foi de apenas 1,2% em 2012. Seu desempenho foi impulsionado, segundo analistas, pelo mercado de trabalho ainda aquecido, com baixa taxa de desemprego, e renda em alta -embora, já mostre sinais de desaceleração especialmente no final de 2013.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O resultado de 2013 ficou próximo ao esperado pelo mercado -uma taxa em torno de 4,5%. A freada frente a 2012 se deve a famílias em patamar elevado de endividamento, à inflação mais alta -sobretudo de alimentos, que inibiu o setor de supermercados principalmente.

    O crédito mais seletivo e restrito, além das taxas mais altas de financiamento, também contribuiu para segurar o desempenho do setor.

    SETORES

    A grande trava à expansão do comércio veio do ramo de supermercados, alimentos e bebidas, cujas vendas subiram apenas 1,9% em 2013, afetadas principalmente pela alta dos preços do setor, em especial de itens de alimentação. O segmento é o de maior peso no varejo.

    Também cresceram abaixo da média livros, jornais, revistas e papelaria (2,6%), além de tecido, vestuário e calçados (3,5%).

    Já as altas mais expressivas em 2013 ficaram com artigos farmacêuticos (10,1%), combustíveis (6,3%, sob impacto do preço controlado pelo governo ao longo de boa parte do ano) e equipamentos de informática (7,2%).

    As vendas das distribuidoras de veículos, motos e peças, que não entram no índice do varejo por também venderem por atacado, cresceram apenas 1,4%, apesar do incentivo do governo com a desoneração do IPI.

    Já o comércio de material de construção avançou 6,9%. Ambos os setores integram o chamado comércio varejista ampliado, cujas vendas aumentaram 3,6% em 2013 –abaixo dos 8% de 2012.

    De novembro para dezembro, a queda das vendas do varejo foi provocada pela retração dos setores de combustíveis (-1,9%), em resposta ao reajuste da gasolina e do diesel, e de móveis e eletrodomésticos –resultado da retirada gradual do desconto do IPI e já sob impacto da freada do crédito e do endividamento alto das famílias.

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