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    'Apaguinhos' quadruplicaram em janeiro

    OSNI ALVES
    DO RIO

    15/02/2014 03h00

    O país teve 12 blecautes em janeiro contra apenas três em igual período do ano passado, segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

    Neste mês de fevereiro já foram três, dos quais um de 5.019 megawatts que deixou 13 Estados e o Distrito Federal sem luz no dia 4. Os outros dois foram "apaguinhos", sendo um de dez minutos na região oeste do Paraná, dia 7, e outro na grande Vitória e região norte do Espírito Santo, dia 11.

    Nesse começo de 2014, o número de interrupções de energia já chega a quase um terço das 48 ocorridas em 2013, segundo o CBIE.

    O balanço oficial só será divulgado em março pela Aneel. O recorde é de 2009 quando foram registradas 241 quedas.
    Diretor do CBIE, Adriano Pires diz que não existe diferença entre apagão e apaguinho. "Criamos a expressão para confrontar o governo quando este afirmava que uma queda de dez minutos em uma determinada região do país não era apagão. Então era o quê?", questiona.

    Segundo ele, o termo "apaguinho" se espalhou.

    ALTERNATIVA A GÁS

    Para Adriano Pires, a política energética do governo vigente peca pela falta de planejamento e que a geração de energia a gás seria uma das soluções de curto prazo para o problema dos blecautes.

    Professor de engenharia elétrica da PUC-Rio, Marco Aurélio Pacheco destaca que quatro fatores têm relação direta com os blecautes:
    "Linhas de transmissão sobrecarregadas, barateamento da energia, crescimento do consumo e o calor excessivo".

    "Esses fatores provocam um forte estresse nas linhas de transmissão que operam no limite. É como um automóvel que mesmo novo, pode ferver em um engarrafamento", afirma, acrescentando que são 100 mil km de linhas no país, o que torna complexa a manutenção.

    "As linhas também não estão qualificadas para o estresse que sofrem", disse.

    A redução das tarifas contribuiu para o agravamento do quadro, em sua avaliação. O custo do produto caiu em média 16,2% para o consumidor e 28% para a indústria.

    "Esse barateamento deixou as empresas distribuidoras sem recursos em caixa. Para piorar, o preço da energia no mercado livre é quatro vezes maior", disse, em menção ao megawatt-hora, que custa R$ 800.

    No mercado livre, o preço é estabelecido entre clientes e distribuidoras.

    Como o nível de águas nos reservatórios está baixo, o preço dispara.

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