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    Empresas começam sem lucrar nada para conquistar mais clientes no futuro

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    16/02/2014 02h15

    O empresário Paulo Veras, 41, sócio da 99Taxis, conta que levou seis meses para conseguir um cartão de crédito para a empresa.

    O problema não era falta de dinheiro na conta. Os bancos não davam o cartão porque seu negócio já estava em operação, mas não rendia nenhum centavo.

    Assim como o empreendimento dele, outras start-ups (empresas iniciantes de tecnologia) cresceram sem receber nem mesmo um trocado de receita em seus primeiros anos -e viram os custos com funcionários e estrutura aumentarem- para, só depois de terem um público cativo, começarem a buscar fontes de geração de caixa.

    Empresas iniciantes querem conhecer os clientes antes de começar a cobrar
    Estratégia de crescer sem faturamento exige mais rodadas de investimentos

    Até hoje, a 99Taxis, que desenvolveu, em 2012, um aplicativo para chamar táxis pelo celular, só oferece serviços gratuitos.

    O motivo para não faturar foi uma opção para tentar se destacar entre a concorrência, mesmo sem muitos recursos para fazer marketing, diz Veras. Outras empresas do setor cobram uma taxa do taxista por chamada recebida.

    Veras e dois sócios bancaram a empresa com recursos próprios durante o primeiro ano de atuação (a empresa foi fundada no meio de 2012).

    Zanone Fraissat/Folhapress
    O empresário Paulo Veras, da 99taxis, dona de um aplicativo para chamar táxis que não cobra passegeiro nem motorista
    O empresário Paulo Veras, da 99taxis, dona de um aplicativo para chamar táxis que não cobra passegeiro nem motorista

    Na metade do ano passado, receberam investimentos do fundo de capital de riscos Monashees e da empresa de tecnologia Qualcomm (valores não foram divulgados).

    Agora, para começar a ter ganhos, a empresa está lançando produtos pagos. Um deles deve ser um serviço de chamada de táxis para empresas e outro de pagamento de corridas de táxis pelo celular. Nessas duas operações a companhia ficará com uma comissão.

    editoria de arte/Folhapress

    PONTO DE EQUILÍBRIO

    A ZeroPaper, que oferece software de gestão financeira gratuito, lançou de forma experimental serviços que devem ser pagos, como impressão de boletos bancários, consulta de CPF em serviços de proteção ao crédito.

    Esses produtos só foram ofertados depois que a empresa bateu uma meta de 100 mil usuários, diz o sócio André Macedo, 35. Atualmente são 120 mil pesoas cadastradas, afirma.

    "O cliente pode continuar usando o produto de graça e será melhor do que se ele controlasse a empresa no papel. E, se quiser, terá recursos a mais pagos."

    Já o Get Ninjas, que permite a contratação de profissionais autônomos pela internet, está lançando versão paga do serviço, que possibilita que os profissionais recebam mais orçamentos por mês. Para isso, pagam mensalidade entre R$ 99 e R$ 159.

    Eduardo L'Hotellier, 29, sócio, explica que os profissionais que usam a plataforma gratuitamente devem receber dois pedidos de orçamento por mês -quem pagar receberá 20. Ele diz acreditar que a empresa entrará em um ponto de equilíbrio (quando despesas e receitas são equivalentes) em dois anos.

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