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    Franceses viajam o mundo para entrevistar conterrâneos empreendedores

    FELIPE GUTIERREZ
    DE SÃO PAULO

    16/02/2014 03h00

    Os franceses Brice de Matherel, 26, e Thomas Nanterme, 25, são formados em administração pela Audencia Business School e desde que terminaram a faculdade, em 2012, saíram mundo afora para entrevistar conterrâneos que começaram negócios em outras nações. Eles já passaram por 12 lugares diferentes.

    Os encontros com franceses são registrados e vão para o site wproject.fr. Nos próximos dias, eles irão entrevistar empreendedores que abriram negócios no Brasil, a última parada da dupla.

    *

    Folha - Como começou o projeto?

    Thomas Nanterme - Estudamos empreendedorismo na escola e tivemos experiências fora da França. Decidimos juntar essas duas pontas. Quando começamos, o clima econômico era triste e raivoso. Decidimos fazer isso para que os franceses possam ser otimistas.

    Leonardo Soares/Folhapress
    Brice Matheral (esq.) e Thomas Nanterme, que irão entrevistar franceses no Brasil
    Brice Matheral (esq.) e Thomas Nanterme, que irão entrevistar franceses no Brasil

    O presidente François Hollande esteve na última semana nos EUA e uma das paradas foi o Vale do Silício. Emprendedorismo é um tema debatido na França?

    Nanterme - Cada vez mais. No começo do governo Hollande baixaram uma lei controversa cuja meta era cobrar impostos de ganhos de capital como se fosse renda. E os empreendedores responderam com um movimento chamado Les Pigeon (as pombas). Talvez agora o governo queira fazer algo pelos novos negócios.

    Vocês estavam procurando algum traço de personalidade comum aos empreendedores?

    Brice Matharel - Não. Mas acho que encontramos algumas características: eles são curiosos e têm mente aberta. E a maioria é organizada.

    Vocês devem ter formado uma boa ideia do que funciona e o que não funciona em um ambiente de negócios. Em quais países há instituições que funcionam?

    Nanterme - O que aprendemos é que não há um bom país para começar uma empresa e que também não há um mau país. Em um lugar como a Índia, onde há muita burocracia, o mercado está crescendo. E em San Francisco tudo é fácil, mas a competição é tão árdua que só poucos sobrevivem.

    Matharel - Todos pensam que o Vale do Silício é o melhor lugar para abrir uma start-up. Mas contratar alguém para desenvolver um site lá é incrivelmente caro. Uma empresa iniciante dificilmente conseguiria pagar.

    Nanterme - Em Hong Kong e em Cingapura abre-se uma empresa em dois dias. É fantástico. Já no Japão é possível começar um negócio com o equivalente a R$ 0,30. Na China os mercados não param de crescer, há nichos de gente muito rica e outros de pobres.

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