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    Vistoria aponta risco em plataformas de petróleo da Petrobras

    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    23/02/2014 02h00

    A Petrobras precisa melhorar de forma significativa a manutenção das plataformas, para dar condições mais seguras de trabalho aos profissionais embarcados e prevenir tragédias no mar.

    É o que mostram relatório do Ministério Público do Trabalho e levantamento sobre incidentes recentes em embarcações, apurados pelo sindicato dos trabalhadores.

    O documento do Ministério Público do Trabalho, ao qual a Folha teve acesso, lista irregularidades de diversos níveis de gravidade nas cinco plataformas escolhidas para vistoria em 2013, e em outra fiscalizada em 2012.

    Descontrole sobre emissões de gases, rotas de fugas mal delineadas, despejo de dejetos sem tratamento no mar, botes salva-vidas incapazes de salvar, ferrugem acentuada, controle de manutenção deficiente e jornadas excessivas de profissionais de saúde foram os problemas que chamaram a atenção do MPT (veja, no quadro ao lado, os problemas apontados em fiscalizações).

    Editoria de Arte/Folhapress

    As vistorias fazem parte do projeto Ouro Negro, criado em 2011 pelo MPT e promovido em parceria com Marinha, ANP (Agência Nacional do Petróleo e Derivados), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Ibama e Ministério do Trabalho, para fiscalizar estruturas e condições de trabalho nas plataformas.

    "A Petrobras está melhorando, mas ainda precisa avançar muito. A manutenção no mar é complicada e pode demandar parar produção, mas não podemos quantificar vidas humanas em barris de petróleo", diz o procurador Maurício Coentro, responsável nacional pela Coordenadoria do Trabalho Portuário e Aquaviário do MPT.

    As vistorias geraram inquéritos na Procuradoria do Trabalho, que estabelecem prazos para regularização. "As empresas vão nos informando o que é feito, e estamos programando visitas dos peritos", diz Coentro.

    REINCIDÊNCIA

    Das exigências, ao menos uma ainda não foi estendida a todas as embarcações -evitar vazamento de gases.

    Três episódios foram registrados na bacia de Campos desde novembro pelo Sindicato dos Petroleiros no Norte Fluminense. Houve incêndio nas plataformas P-62 e P-20, ambas lançadas inacabadas no mar, e explosão na P-55, no fim de semana passado.

    Desde dezembro, oito incidentes foram contabilizados no mar dessa bacia, responsável por 80% da produção do petróleo brasileiro.

    OUTRO LADO

    Questionada, a Petrobras disse que está "implementando melhorias em práticas de inspeção e de manutenção das plataformas".

    Sobre os recentes vazamentos de gás, a Petrobras disse que "todas as plataformas estão adequadas às normas" para "equipamentos nos quais haja gás, garantindo a segurança das pessoas e integridade das instalações".

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