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    Honda indica 1ª mulher e um brasileiro para grupo de chefes globais

    DO "FINANCIAL TIMES"

    24/02/2014 13h26

    A Honda vai indicar a primeira mulher para sua diretoria neste ano, em um sinal de que a terceira maior montadora de automóveis do Japão está se unindo às suas congêneres na adoção de uma cultura empresarial mais diversificada.

    A montadora também decidiu indicar um brasileiro para o grupo de chefes de operações globais da companhia, o primeiro estrangeiro a ocupar o cargo dentro da empresa.

    Hideko Kunii, acadêmica sênior do Instituto Shibaura de Tecnologia, em Tóquio, vai entrar no conselho da Honda em junho, se obtiver aprovação dos acionistas.

    As companhias japonesas vêm sofrendo fortes críticas por indicarem só homens japoneses para seus conselhos, uma tendência que parece ainda mais defasada diante do esforço do primeiro-ministro Shinzo Abe para integrar mulheres à força de trabalho.

    A Honda afirma que a indicação de Kunii não havia sido motivada pela agenda de reformas de Abe, e que suas indicações não levam em conta o sexo dos candidatos.

    A decisão é parte das mudanças anunciadas pela montadora japonesa nesta segunda-feira.

    O brasileiro Issao Mizoguchi, hoje vice-presidente da Honda South América e presidente da Moto Honda do Brasil, passará a ser vice-presidente de operações na holding global, o primeiro estrangeiro a a integrar o grupo dos chefes.

    Mizoguchi, funcionário da companhia há 30 anos, também ocupará a função de presidente da subsidiária Honda South América.

    ATRASO

    A Honda ficou para trás das montadoras japonesas rivais em termos de diversidade nacional em seus quadros de gestão. Cerca de metade dos 100 principais executivos da Nissan são de fora do Japão, e seu presidente-executivo, Carlos Ghosn, é um francês nascido no Brasil e de origem libanesa.

    A Toyota apontou o primeiro estrangeiro para seu conselho em 2007, e quatro de suas grandes unidades de negócios são dirigidas por executivos não japoneses, agora.

    Existem sinais de que os conselhos em Tóquio, Osaka e Kyoto estão começando a mudar. A Takeda Pharmaceutical, maior fabricante de medicamentos do Japão, recentemente apontou Christophe Weber, antigo executivo da GlaxoSmithKline, para o posto de vice-presidente de operações e candidato à presidência executiva da companhia.

    Sarah Casanova, executiva canadense da McDonald's, assumirá o comando das operações japonesas da cadeia de fast food no mês que vem.

    Outras companhias tiveram experiências menos positivas. Michael Woodford, nascido em Liverpool, assumiu a presidência executiva da Olympus mas foi derrubado depois de apenas duas semanas no posto depois de questionar o pagamento de US$ 1 bilhão em honorários de consultoria pela empresa.

    O caso se tornou um dos maiores escândalos contábeis da história do Japão, e Woodford abriu processo contra a empresa por demiti-lo sem justa causa. O processo foi encerrado por meio de um acordo extrajudicial.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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