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    Fundos de pensão são contra oferta de Cosan por ALL

    DAVID FRIEDLANDER
    TATIANA FREITAS
    DE SÃO PAULO

    25/02/2014 03h00

    Desde a semana passada, os fundos de pensão Previ, Funcef e o fundo de investimento BRZ procuram um novo assessor financeiro e um jurídico para representá-los na negociação de fusão entre as operadoras ferroviárias ALL e Rumo, do grupo Cosan.

    As fundações e a BRZ não gostaram da oferta apresentada ontem pela Cosan e que cria uma empresa avaliada em R$ 11 bilhões.
    Pela proposta, os acionistas da ALL ficariam com 63,5% da nova companhia, e os da Rumo, com 36,5%. O valor considerado para a operação foi de R$ 10,18 por ação da ALL, o que representa prêmio de 63% em relação à cotação de sexta-feira na Bolsa.

    A Folha apurou que os fundos de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) e Funcef (Caixa) e o BRZ estão insatisfeitos principalmente com dois pontos.

    Acham o valor por ação baixo, enquanto a remuneração da Estáter, consultoria contratada pela ALL para negociar a fusão, seria muito alta.

    Segundo profissionais que acompanham a negociação, o valor pago à Estáter pode chegar a R$ 70 milhões, dependendo do valor da nova empresa e da fatia que os novos sócios terão nela.

    Editoria de Arte/Folhapress
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    Fontes ligadas à Estáter negaram à Folha que a remuneração seja um ponto de atrito com as fundações.

    Representantes dos fundos disseram sob a condição de anonimato que, na pressa para fechar a operação, a Estáter estaria desconsiderando os seus interesses.

    A consulta e tomada de preços para definir os novos assessores estão sendo conduzidas pela BRZ, que representa os fundos Funcef, Petros, Postalis, Forluz e Valia.

    Procurados, os fundos de pensão e o BRZ não se manifestaram sobre a oferta.

    O aval das fundações é determinante para a conclusão da operação. Dos 4 fundos no acordo de acionistas da ALL (BNDESPar, BRZ, Previ e Funcef), ao menos 2 precisam aprovar a fusão -o do BNDES já deu seu aval ao negócio.

    O clima da negociação pode esquentar, uma vez que o diretor-presidente da Cosan, Marcos Lutz, descartou que possa apresentar nova oferta aos acionistas da ALL.

    "A proposta que temos é essa, nenhuma outra", disse ontem a jornalistas.

    Encaminhada ontem à empresa, a oferta tem 40 dias para ser avaliada pelo conselho de administração da ALL. Se aprovada, também deverá receber aval por pelo menos 50% dos votos mais um na assembleia de acionistas.

    A operação também deve passar pelo crivo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

    Há cerca de dois anos, as restrições impostas pelos fundos de pensão impediram uma primeira tentativa da Cosan de comprar a ALL.

    A fusão, se concretizada, colocaria fim à disputa judicial entre as empresas, que se acusam de não cumprimento de um contrato entre elas.

    Segundo estimativas de mercado, a ALL teria de pagar uma multa de cerca de R$ 500 milhões em caso de perda da ação na Justiça.

    Folhainvest

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