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    Economia brasileira cresce 2,3% em 2013

    PEDRO SOARES
    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    27/02/2014 09h00

    Em linha com as expectativas, a economia brasileira cresceu 2,3% em 2013, segundo dados do PIB divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (27).

    O resultado supera a alta de 1% de 2012, mas converte-se no terceiro ano de fraco crescimento econômico –em 2011, a alta foi de 2,7%.

    No quarto trimestre, houve avanço de 0,7% em relação ao terceiro trimestre –quando o PIB havia se contraído em 0,5% –, acima do previsto pelo mercado. Já na comparação com o quarto trimestre de 2012, o indicador registrou expansão de 1,9%. Em valores, o PIB de 2013 somou R$ 4,84 trilhões.

    Na média dos três anos de governo Dilma, a economia do país avançou 2%. Ao início do ano passado, esperava-se mais. Mas vários fatores contribuíram para a frustração, dentre os quais o esfriamento do consumo diante de juros maiores, crédito restrito, inadimplência ainda em patamar elevado.

    Outra trava ao crescimento do PIB e do consumo veio do preço mais altos. Com a inflação de 5,91% de 2013 concentrada em alimentos e serviços, muitas famílias reduziram suas cestas de consumo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Com esses fatores, a indústria produziu apenas 1,3% mais em 2013. Já no caso dos serviços, a alta foi de 2% no ano passado. A agropecuária registrou expansão de 7%, embalada pela safra recorde de grãos. Foi o melhor resultado do segmento da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.

    Pela ótica dos setores que demandam os produtos desses ramos, o consumo das famílias medido pelo PIB desacelerou e cresceu 2,3%, após uma alta de 3,2% em 2012. Já os investimentos reagiram e foram o destaque positivo, com expansão de 6,3%, invertendo a queda de 4% de 2012.

    O consumo do governo cresceu 1,9%. As exportações avançaram 2,5% em 2013, num ritmo menor do que o crescimento das importações –alta de 8,4%.

    Esse descompasso mostra que o setor externo contribuiu negativamente para o PIB, pois as importações entram com sinal negativo já que são produtos e serviços gerados fora do país.

    TRIMESTRES

    Os dados do PIB do quarto trimestre ficaram um pouco acima das previsões, de uma alta em torno de 0,5%. Já no acumulado de 2013, o resultado verificado se aproximou do previsto por analistas –que esperavam uma taxa entre 2,2% e 2,3%.

    O resultado melhor do que o esperado nos últimos três meses do ano foi reflexo da exportação de bens e serviços, de 4,1%, sob a ótica da demanda, em movimento contrário ao de todo o resto do ano.

    A gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explicou que a variação nas exportações deveu-se majoritariamente pelo efeito câmbio, uma vez que a desvalorização do real foi mais acentuada no segundo semestre.

    Em outras palavras, a receita de exportações em dólar é transformada, dentro do país, em mais reais. Além disso, em tese o dólar mais forte torna os bens exportados pelo país mais baratos no mercado externo.

    No 3º trimestre, o crescimento havia sido de 0,5%. Após as exportações, o consumo do governo foi o que mais avançou (0,8%). O consumo das famílias veio fraco, 0,3%.

    Sob a ótica da produção, o setor de serviços puxou o avanço do país, com expansão de 0,7%, nos três últimos meses de 2013, em especial os serviços de informação, com avanço de 4,8%, e serviços bancários, de 2%. No período, o destaque negativo ficou por conta da indústria, que retraiu 0,2% no período.

    PREVISÃO

    Para 2014, a expectativa de analistas é de mais um ano de fraco crescimento econômico diante das previsões de desaceleração do emprego e do rendimento, da inflação ainda alta e do crédito restrito, além da fraca confiança de empresários e consumidores –esses dois últimos também limitaram o desempenho da economia em 2013. As previsões apontam para uma taxa entre 1,8% e 2,2%.

    Editoria de Arte/Folhapress

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