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    Equipe econômica vê tendência de aceleração da atividade

    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    27/02/2014 12h50

    A equipe econômica do governo Dilma Rousseff comemorou o resultado acima do esperado do PIB no quarto trimestre e avaliou o dado como um sinal de aceleração da atividade.

    "Esse crescimento indica que a economia brasileira está numa trajetória de aceleração gradual em relação ao ano anterior. Estamos numa trajetória de crescimento que vai continuar em 2014", afirmou o ministro Guido Mantega (Fazenda).

    Havia o temor de dois trimestres de queda consecutiva no desempenho da produção nacional –no terceiro, houve retração de 0,5% na atividade.

    Em 2013, a economia brasileira cresceu 2,3%, segundo dados do PIB divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (27). Em valores, o PIB de 2013 somou R$ 4,84 trilhões.

    Para o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o crescimento em 2013 "confirmou a gradual recuperação da atividade econômica iniciada no segundo semestre de 2012".

    O governo comemorou o resultado "satisfatório" do ano passado, que poderia ter sido "ainda maior" caso o cenário internacional fosse mais favorável.

    "Se não houvesse essa dificuldade da economia internacional, teríamos crescido mais, aproveitando o mercado interno, e o mercado externo, com aumento das exportações", afirmou Mantega.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Segundo o ministro, foi um "crescimento de qualidade", puxado por investimentos, que apresentou alta de 6,3%.

    "Isso significa que a indústria e agricultura adquiriram máquinas e equipamentos, se tornaram mais produtivos, e o aumento de produtividade terá consequências para 2014."

    De acordo com o ministro, o investimento deve manter trajetória crescente em 2014, estimulado pelas concessões de projetos de infraestrutura, como estradas e aeroportos.

    INDÚSTRIA

    A indústria, que teve um desempenho fraco em 2013, produzindo apenas 1,3% mais do que no ano anterior, foi impactada pela crise internacional e pela falta de mercados internacionais, afirmou Mantega.

    Já o agronegócio, um dos destaques da expansão em 2013, com crescimento de 7%, não sofreu tanto os impactos da turbulência cambial e das mudanças nos fluxos de capital, motivadas, entre outros fatores, pela desaceleração do crescimento da China e a retirada de estímulos feita pelo banco central americano.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "É difícil que caia o consumo de commodities agrícolas para alimentação, e o Brasil é um grande exportador de commodities agrícolas. Tivemos safras melhores, a produtividade do setor continua subindo."

    PREVISÕES

    Mesmo com os dados surpreendentes, o governo mantém sua projeção de crescimento para 2014 em 2,5% - uma perspectiva otimista, tendo em vista a expectativa do mercado de crescimento de 1,7%.

    Mas é possível fazer revisões, "de acordo com a dinâmica da economia ao longo do ano".

    Tombini avalia que as mudanças na composição da demanda e da oferta "fortalecem as perspectivas de continuidade do atual ciclo de crescimento neste e nos próximos anos, processo este que tende a se apoiar nos sólidos fundamentos da economia brasileira, na robustez do mercado interno e no ambiente de intensificação da atividade global".

    Mantega voltou a afirmar que não haverá novas desonerações em 2014, e que os estímulos concedidos ainda estão fazendo efeito.

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