• Mercado

    Tuesday, 07-May-2024 04:46:42 -03

    Novas fábricas devem gerar excedente de 1,6 milhão de carros por ano

    GILMARA SANTOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    14/03/2014 05h07

    A indústria automotiva brasileira tem vários desafios. Um deles é voltar a crescer. A queda recente na confiança do consumidor é um dos fatores que levam a uma expansão mais acanhada do que o esperado para o setor.

    A expectativa a curto prazo não é otimista. "A rigidez do crédito cria uma barreira enorme para o crescimento do setor", destaca o consultor e ex-diretor da Chevrolet, André Beer. Para 2015, ele projeta expansão de no máximo 5%. "Os incentivos [fiscais] terão que voltar", considera.

    Outros fatores impactam, como a falta de infraestrutura e a carga tributária elevada -cerca de um terço do valor de um veículo vendido no mercado nacional é composto por impostos.

    "A tributação altera o equilíbrio entre demanda e oferta, onerando o consumidor. Cerca de 80% dos tributos do veículo saem do bolso do comprador", calcula a tributarista Tatiane Cardoso Paço, do escritório GMP Advogados.

    editoria de arte/folhapress

    Apesar dos aspectos negativos, o Brasil tem grande potencial de consumo. Isso justifica o investimento bilionário que o país receberá nos próximos anos. Serão R$ 75 bilhões entre 2013 e 2017, que vai garantir o aumento da capacidade instalada para cerca de 6 milhões de unidades anuais. No entanto, a expectativa é que haja um excedente de 1,6 milhão de produção.

    Para Luiz Moan, presidente da Anfavea, o governo já percebeu que incentivos fiscais alavancam as vendas. "Agora é necessário revisar as taxas para não precisar mexer toda hora nisso", diz.

    O mercado externo pode ser o caminho para escoar a produção excedente. Entre as iniciativas está o projeto Exportar-Auto, apresentado ao governo pela Anfavea, que prevê a exportação de 1 milhão de carros até 2017 -o dobro do montante atual.

    Além dos gargalos estruturais e tributários brasileiros, as exportações esbarram em outro problema: a Argentina.

    O país vizinho é o principal parceiro comercial das montadoras nacionais (compra 9 de cada 10 carros exportados), mas vive uma crise cambial e adotou, em dezembro, medidas de restrição para a compra de importados.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024