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    Renovação de contrato para operar celular tropeça em impasse jurídico

    JULIO WIZIACK
    DE SÃO PAULO

    14/03/2014 03h00

    A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está diante de um impasse que pode levar a uma crise jurídica no serviço de telefonia do país. A agência está avaliando o pedido de renovação dos contratos do serviço 2G (telefone e internet), que atende mais de 70 milhões de consumidores brasileiros.

    Sem as licenças dadas pela Anatel, as teles não podem atuar no mercado. Essas autorizações foram adquiridas em leilão no passado e têm validade de 15 anos, prorrogáveis por igual período.

    Mas, para isso, o pedido de renovação teria de ser entregue à Anatel com, no mínimo três anos e, no máximo, quatro anos de antecedência.

    SEM CONSENSO

    O problema é que não há consenso sobre quando começa a ser contada a validade da concessão. Técnicos da agência consideram que os 15 anos valem a partir da assinatura do contrato, e, assim, os pedidos foram apresentados fora da data, o que indicaria que empresas teriam desistido de alguns serviços.

    Nesse cenário, as empresas teriam de devolver as licenças, que adquiriram por cerca de R$ 2 bilhões. Posteriormente, elas seriam leiloadas e, caso as teles quisessem continuar a operar o serviço, teriam de recomprá-las.

    Essa também foi a recomendação da Procuradoria Especializada da Anatel, um braço da AGU dentro da agência.

    Já as empresas e alguns conselheiros da Anatel consideram que o prazo só começa a ser contado na data em que elas começaram a prestar o serviço.

    Essas datas mudam de operadora para operadora, porque, para oferecer o serviço de celular, era preciso antes universalizar o serviço de telefonia fixa.

    Editoria de Arte

    PROVA DE FOGO

    Em fevereiro, a Vivo foi a primeira a enfrentar o teste. A empresa pediu a renovação das licenças da antiga Norte Brasil Telecom com um ano e meio de antecedência, como previa seu contrato.

    A Procuradoria disse que a operadora teria de ser punida devolvendo as frequências porque, pela Lei Geral de Telecomunicações, o prazo para o pedido teria vencido.

    No final, o conselho da Anatel decidiu em favor da renovação e pediu que o novo contrato adotasse como prazo final o mínimo de três anos exigido pela legislação do setor.

    Agora será a vez da TIM e da Oi. A Claro ainda tem tempo para fazer seus pedidos.

    A Folha apurou que o argumento das empresas é que o edital do leilão e os contratos assinados continham cláusulas que permitiam a contagem do prazo diferente do feito pela área técnica.

    Já os técnicos defendem que as frequências sejam leiloadas novamente. Não se sabe se haveria tempo hábil para que o leilão fosse feito antes que a concessão vencesse, o que seria um
    risco para os consumidores.

    A decisão sobre o caso da TIM deve sair em duas semanas. A da Oi ainda não tem

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