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    Operação da PF contra lavagem de dinheiro lacra hotéis e apreende joias e drogas

    FERNANDA ODILLA
    DE BRASÍLIA

    17/03/2014 12h05

    Deflagrada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (17) para apurar um megaesquema de lavagem de dinheiro, a Operação "Lava Jato" já apreendeu carros de luxo, joias, armas e até droga.

    Até agora, a PF confirma a prisão de 24 pessoas.

    Pelo menos três hotéis –em São Paulo, Londrina (PR) e Porto Seguro (BA)–, foram bloqueados com autorização da Justiça.

    No Distrito Federal, a policia recolheu cerca de R$ 20 mil e US$ 7.700 em espécie.

    Todos os detidos devem ser levados para o Paraná, de onde saiu a ordem judicial para cumprir 81 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de prisão preventiva, dez mandados de prisão temporária e 19 mandados de condução coercitiva em seis Estados e no DF.

    Em Brasília, a PF cumpriu 32 mandados. Foram presas três pessoas, entre elas o empresário Carlos Habib Chater.

    Foi apreendido um Camaro amarelo com um dos outros dois presos, além de uma arma com registro vencido e cocaína.

    Segundo a PF, o grupo investigado envolve "alguns dos principais personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil" que são responsáveis pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas ligadas a crimes como tráfico de drogas, contrabando de pedras preciosas, desvio de dinheiro público e corrupção.

    Foram apreendidos também documentos num posto de gasolina, numa casa de câmbio e numa lavanderia que funcionam no mesmo local em Brasília e, segundo a PF, seriam ligadas a Carlos Chater.

    Ele é suspeito de fazer parte do grupo investigado por movimentar mais de R$ 10 bilhões, num sofisticado esquema de lavagem de dinheiro.

    A Folha ainda não localizou os advogados do empresário.

    Em 2005, Chater já havia sido alvo de operação da PF que, na ocasião, cumpriu mandado contra os oito maiores doleiros de Brasília. O suposto envolvimento de Chater com bingos já foi investigado pelo Ministério Público e pela CPI do Narcotráfico.

    Também foi detido, no Maranhão, um doleiro paranaense que havia sido investigado pela CPI do Banestado.

    DINHEIRO

    A investigação está ligada à prisão de outro empresário, André Santos, flagrado pela PF transportando a maior quantia de dinheiro em espécie já apreendida no aeroporto de Brasília desde 2012. Ele foi detido em dezembro passado com US$ 289 mil e R$ 13.950 escondido nas meias.

    Santos já é réu em ação na qual é acusado de fazer parte do braço financeiro de uma quadrilha de libaneses especializada em contrabandear produtos do Paraguai, operando um esquema de lavagem e remessa de dinheiro para o exterior "fora dos meios regulares".

    Os mandados estão sendo cumpridos em 17 cidades do Paraná (Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu), de São Paulo (São Paulo, Mairiporã, Votuporanga, Vinhedo, Assis e Indaiatuba), do Distrito Federal (Brasília, Águas Claras e Taguatinga Norte), do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), de Santa Catarina (Balneário Camboriú), do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e do Mato Grosso (Cuiabá). Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal no Estado do Paraná.

    "São cumpridas também ordens de sequestro de imóveis de alto padrão, além da apreensão de patrimônio adquirido por meio de práticas criminosas, e bloqueio de dezenas de contas e aplicações bancárias", informou a PF, por meio de nota.

    OUTRO LADO

    Por meio de nota, a Blue Tree Hotels, administradora do Blue Tree Towers Londrina, esclareceu que continuará funcionando normalmente. O estabelecimento informou ainda que, apesar de a Polícia Federal anunciar que houve autorização judicial para o bloqueio do hotel, apenas foram requisitados documentos, "devidamente fornecidos".

    O hotel negou qualquer relação com o esquema investigado: "Ressaltamos mais uma vez que a Blue Tree Hotels é somente a administradora da unidade. A empresa não possui qualquer vínculo com o objeto da investigação em questão e se mantém disposta a colaborar no que for necessário".

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