• Mercado

    Monday, 06-May-2024 01:52:12 -03

    Líder de minoritários abre queixa na CVM contra a Petrobras

    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    20/03/2014 03h00

    Em um movimento raro na cúpula de uma companhia de capital aberto, o conselheiro da Petrobras Mauro Cunha entrou com reclamação na CVM contra a empresa que ajuda a administrar.

    O objetivo da iniciativa, encaminhada na segunda-feira, era exigir que a estatal tornasse pública sua decisão de não aprovar as demonstrações financeiras da empresa.

    O resultado prático da iniciativa foi visto no fim daquele dia, quando a Petrobras, pela primeira vez, revelou o voto descontente de um conselheiro em relação à aprovação de suas contas.

    Não se tem registro de outro conselheiro ter ido à CVM reclamar da Petrobras pelo menos nos últimos 20 anos.
    Cunha assumiu a cadeira destinada aos acionistas minoritários detentores de papéis ON em abril de 2012.

    As demonstrações financeiras foram submetidas ao conselho em 25 de fevereiro, antes da divulgação pública.

    Segundo a Petrobras, Cunha reclamou do pouco tempo dado para que as informações fossem avaliadas, do uso da chamada contabilidade de "hedge" e da consolidação de informações sobre investimentos em refino.

    A contabilidade de "hedge" é uma fórmula aceita internacionalmente pela qual as empresas com grande exposição a moedas estrangeiras reduzem o impacto da variação cambial em seus negócios.

    A Petrobras lançou mão do artifício a partir de maio de 2013. O impacto é calculado em R$ 8 bilhões no balanço da empresa.

    "O lucro de R$ 23,6 bilhões só foi possível graças ao uso do mecanismo. Sem ele, o resultado viria abaixo dos R$ 21 bilhões de 2012", afirma Flávio Conde, analista-chefe da Gradual Investimentos.

    Procurados, nem a Petrobras nem o conselheiro Mauro Cunha quiseram comentar o assunto.

    Folhainvest

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024