Fazendas da região sul da Bahia, tradicional pela produção de cacau, têm se especializado em fazer chocolate para aumentar o valor da mercadoria e obter maior margem de lucro.
Segundo dados do Sebrae, o número de pequenos empresários fabricantes de derivados de cacau na cidade de Ilhéus foi de 3 para 16 entre os anos de 2006 e 2012.
A fazenda São José, em Barro Preto (BA), por exemplo, produz cacau desde 1986. Há dois anos, passou a fazer um chocolate orgânico próprio com a marca Modaka.
O proprietário da fazenda, Fernando Botelho, 72, diz que os produtores têm se especializado na cadeia do chocolate como alternativa à perda de produtividade das terras da região, prejudicadas pela praga conhecida como vassoura-de-bruxa, disseminada no final dos anos 1980.
"Estamos buscando opções para agregar valor ao cacau. Hoje muitos produtores importam amêndoas para fazer chocolate", diz.
Maurício Maron/ Agência Sebrae de Notícias | ||
Fernando Botelho e Áurea Viana, donos da marca de chocolate orgânico Modaka, que que é produzido em Barro Preto (BA) |
Segundo Patrícia Viana Lima, 45, filha de Botelho, o doce pode custar até cinco vezes mais que o cacau em estado bruto.
Ela conta que a maior parte das vendas da Modaka é feita pela internet ou em feiras de alimentos orgânicos. A empresa também participa de eventos que fomentam a produção do setor, como o Festival Internacional do Cacau e do Chocolate, que acontece em Ilhéus em julho e atrai interessados na produção local.
Ela diz que a fazenda recebe visitantes esporádicos. Para este ano, planeja profissionalizar o turismo na fazenda, criando um chalé para hospedagem de turistas.
Para incentivar os negócios da região, o Sebrae prevê finalizar até julho -em parceria com empresas e governos locais- a sinalização da Estrada do Cacau e do Chocolate, entre as cidades de Ilhéus e Uruçuca, com cerca de 40 quilômetros. O objetivo é indicar fazendas e atrações que podem ser visitadas na região.
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