Embora os índices de vacância tenham crescido, pressionando os preços de locação para baixo, a situação repete um ciclo de ajuste de oferta e demanda.
A vacância dos escritórios corporativos, por exemplo, hoje em 17,3%, é menor do que no período de 2003 a 2005. E o setor passou por superoferta também na primeira metade da década de 1990.
Os lançamentos tendem a cair, como agora, se a oferta é elevada. Só que o efeito não é imediato, pois os empreendimentos lançados antes continuam a ser entregues.
"O mercado está passando por um ajuste, com um equilíbrio maior de preços. O cenário continua para 2014 e a vacância deve chegar a mais de 20%, já que a economia não está numa crescente", diz Raquel Miralles, da Cushman & Wakefield.
Para não sobreofertar ainda mais o mercado, algumas incorporadoras adiam a entrega de empreendimentos.
Mesmo com esses "atrasos", consultorias estimam que o ciclo não deve ser invertido antes de 2017, a menos que haja aquecimento forte e repentino da economia.
"Tem hora em que você tem pouca oferta e muita demanda, daí o preço sobe. Tem hora com muita oferta e pouca demanda: o preço cai", diz Walter Cardoso, do Secovi-SP.
No caso do praticamente esgotado mercado de salas comerciais, a estratégia das empresas para atender ao investidor que compra imóvel de olho em alugá-lo foi migrar para o segmento residencial.
Nesse caso, a aposta é em apartamentos compactos, que têm grande demanda de locação. Lançados em áreas nobres, até cerca de 80% das unidades vão parar na mão de investidores.
Edson Silva - 6.jun.2013/Folhapress | ||
Construção de edifício comercial em shopping de Ribeirão Preto, interior de São Paulo |
SHOPPINGS
Nos shopping centers, a vacância se mantém em patamar baixo, apesar de ter crescido em 2012 e 2013.
Segundo a Abrasce (associação do setor), as lojas vagas em janeiro representaram 3,75% do total. No começo da década passada, porém, a vacância estava acima de 5%.
"Há no Brasil um pé atrás sobre os rumos da economia. É evidente que nós, shoppings, fazemos parte disso, mas até não podemos dizer nada de negativo. Fechamos o ano passado com 9,86% de crescimento nas vendas", diz Luiz Fernando Veiga, presidente da associação.
Para ele, as interpretações que apontam que o setor vai mal erram ao generalizar situações pontuais, como o caso de pequenas cidades.
Em 2013, foram inaugurados no país 38 shoppings, ante 27 em 2012. Para este ano, estão previstos mais 43.
No setor de condomínios logísticos (galpões industriais), a vacância também cresceu, mas há estabilidade nos preços, segundo a consultoria Herzog.
editoria de arte/folhapress | ||