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    Ajuste faz subir em 2013 índice de salas desocupadas

    DANIEL VASQUES
    DE SÃO PAULO

    22/03/2014 03h00

    Embora os índices de vacância tenham crescido, pressionando os preços de locação para baixo, a situação repete um ciclo de ajuste de oferta e demanda.

    A vacância dos escritórios corporativos, por exemplo, hoje em 17,3%, é menor do que no período de 2003 a 2005. E o setor passou por superoferta também na primeira metade da década de 1990.

    Os lançamentos tendem a cair, como agora, se a oferta é elevada. Só que o efeito não é imediato, pois os empreendimentos lançados antes continuam a ser entregues.

    "O mercado está passando por um ajuste, com um equilíbrio maior de preços. O cenário continua para 2014 e a vacância deve chegar a mais de 20%, já que a economia não está numa crescente", diz Raquel Miralles, da Cushman & Wakefield.

    Para não sobreofertar ainda mais o mercado, algumas incorporadoras adiam a entrega de empreendimentos.

    Mesmo com esses "atrasos", consultorias estimam que o ciclo não deve ser invertido antes de 2017, a menos que haja aquecimento forte e repentino da economia.

    "Tem hora em que você tem pouca oferta e muita demanda, daí o preço sobe. Tem hora com muita oferta e pouca demanda: o preço cai", diz Walter Cardoso, do Secovi-SP.

    No caso do praticamente esgotado mercado de salas comerciais, a estratégia das empresas para atender ao investidor que compra imóvel de olho em alugá-lo foi migrar para o segmento residencial.

    Nesse caso, a aposta é em apartamentos compactos, que têm grande demanda de locação. Lançados em áreas nobres, até cerca de 80% das unidades vão parar na mão de investidores.

    Edson Silva - 6.jun.2013/Folhapress
    Construção de edifício comercial em shopping de Ribeirão Preto, interior de São Paulo
    Construção de edifício comercial em shopping de Ribeirão Preto, interior de São Paulo

    SHOPPINGS

    Nos shopping centers, a vacância se mantém em patamar baixo, apesar de ter crescido em 2012 e 2013.

    Segundo a Abrasce (associação do setor), as lojas vagas em janeiro representaram 3,75% do total. No começo da década passada, porém, a vacância estava acima de 5%.

    "Há no Brasil um pé atrás sobre os rumos da economia. É evidente que nós, shoppings, fazemos parte disso, mas até não podemos dizer nada de negativo. Fechamos o ano passado com 9,86% de crescimento nas vendas", diz Luiz Fernando Veiga, presidente da associação.

    Para ele, as interpretações que apontam que o setor vai mal erram ao generalizar situações pontuais, como o caso de pequenas cidades.

    Em 2013, foram inaugurados no país 38 shoppings, ante 27 em 2012. Para este ano, estão previstos mais 43.

    No setor de condomínios logísticos (galpões industriais), a vacância também cresceu, mas há estabilidade nos preços, segundo a consultoria Herzog.

    editoria de arte/folhapress

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