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    Simulações do BC descartam risco de preços no Brasil

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    22/03/2014 03h00

    A desaceleração recente no preço dos imóveis residenciais é vista pelo governo como um movimento natural e que não está relacionado ao estouro de uma suposta bolha imobiliária. Nos últimos anos, o Banco Central fez uma série de publicações para rebater as teses de que o Brasil pode experimentar uma crise nessa área.

    Nesta semana, a instituição divulgou simulações que mostram que o sistema financeiro nacional sobreviveria sem grandes problemas a uma queda imediata de até 45% nos preços.

    Ao chegar a esse patamar, algumas instituições precisariam se capitalizar. Quebra de bancos, no entanto, somente no caso de uma desvalorização superior a 55% em um único dia e, mesmo assim, com apenas uma instituição.

    Segundo o BC, a título de comparação, o pior momento da crise nos EUA representou uma desvalorização de 33% acumulada em três anos e levou à quebra de mais de uma instituição.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CRISE NO BRASIL

    O governo, no entanto, descarta o risco de uma crise no Brasil. Os números do BC mostram que o valor dos imóveis cresceu acima de 20% ao ano em termos nominais (sem descontar a inflação) entre 2007 e 2010.

    Desde 2009, quando atingiu o pico de valorização de quase 25%, esse ritmo perdeu força ano a ano. Em 2013, por exemplo, dados até novembro mostram crescimento nominal de 9,2% nos preços.

    A instituição lembra que houve desaceleração, mas não queda no preço médio dos imóveis nas 11 maiores regiões metropolitanas do país. "A gente não está vendo deterioração. Os imóveis
    continuam subindo, mesmo que a taxas mais modestas", disse o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles.

    Ele afirma não acreditar em nenhuma grande mudança de preços após a Copa do Mundo. "Essa questão de impacto da Copa está exacerbada. Ninguém compra imóvel para vir assistir à Copa.
    Isso está bastante exagerado, não vejo nenhum sinal de ruptura", afirmou.

    Segundo o BC, não há nenhum elemento que possa caracterizar bolha.

    "Não temos subprime, não temos segunda hipoteca, tivemos aumento significativo na renda e o crédito imobiliário ainda é pequeno em relação ao PIB, em torno de 8%", diz. "O perigo seria um movimento descontrolado, mas isso nós não temos."

    Editoria de Arte/Folhapress
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