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    Demissão de 111 mil no comércio pressiona desemprego em fevereiro

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    27/03/2014 12h29

    As dispensas no setor de comércio, que chegaram a 111 mil trabalhadores em fevereiro, foram o principal motivo para a ligeira alta na taxa de desemprego em fevereiro, na comparação com janeiro, das seis principais regiões metropolitanas do país pesquisadas pelo IBGE.

    A taxa de desemprego de fevereiro medida pela PME (Pesquisa Mensal de Emprego) foi de 5,1%, alta de 0,3% em relação ao mês anterior. À despeito do avanço, foi a menor taxa para mês desde 2003. A série histórica começou em março de 2002.

    O índice cresceu porque houve um aumento na procura por emprego sem que houvesse necessariamente crescimento na quantidade de postos de trabalho. Esse movimento é normal no início do ano, principalmente no setor de comércio.

    Em geral, ocorre dispensa dos trabalhadores temporários que foram contratados para as festas de final de ano.

    O crescimento na quantidade de pessoas desocupadas, que são aquelas que não têm emprego, mas estão à procura de um, reflete essa pressão no mercado de trabalho. A chamada população desocupada cresceu 6,9% de janeiro para fevereiro deste ano e atingiu 1,2 milhão de pessoas.

    "O movimento de dispensa do comércio, que já vinha acontecendo em janeiro, foi o que contribuiu para a alta da taxa. A população ocupada reduziu em 137 mil pessoas em fevereiro. Só o comércio, individualmente, dispensou 111 mil trabalhadores", disse a técnica do IBGE Adriana Araújo Beringuy.

    Editoria de Arte/Folhapress

    COMPARAÇÃO ANUAL

    Na comparação anual, contudo, a taxa de desemprego em fevereiro recuou 0,5% em relação a igual período de 2013. O desemprego caiu, porém, porque mais gente entrou na faixa chamada "população não economicamente ativa", que é o grupo de pessoas que não trabalham, mas que também não estão à procura de uma ocupação.

    No período de um ano, 686 mil pessoas ingressaram nesse grupo, alta de 3,8%. Portanto, mesmo que não tenha havido geração significativa de postos, houve menos pressão no mercado de trabalho no período, o que ajudou a manter a taxa em níveis mais baixos.

    Na esteira desse processo, caiu em muito a população desocupada, que é o grupo de desempregados que estão buscando uma oportunidade no mercado. A queda na comparação de fevereiro deste ano com igual período do ano anterior foi de 8,3%. Isso mostra que parte dos que estavam desempregados nesse intervalo desistiram de buscar trabalho.

    RENDIMENTO

    Ainda que o comércio tenha sido o setor que puxou o desemprego no início do ano, foi ele também que contribuiu, ao lado da construção civil, para o aumento do rendimento médio do trabalhador, segundo o IBGE.
    O rendimento médio real dos trabalhadores atingiu, no segundo mês deste ano, R$ 2.015,60, alta de 0,8% relação a janeiro (R$ 2.000,53) e de 3,1% ante fevereiro (R$ 1.954,99).

    A alta dos salários no comércio foi de 2,8% na comparação com janeiro, para R$ 1.573,30.

    Na construção civil, o rendimento médio em fevereiro foi de R$ 1.700,67, alta de 5,1% sobre janeiro.

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