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    Empresário americano investe US$ 16 mi na 'corrida do ouro' da maconha

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    30/03/2014 02h00

    "Há uma corrida do ouro para o negócio da maconha na América do Norte. E nós estamos bem posicionados." É assim que Bill Chaaban explica o investimento de US$ 16 milhões na produção e na distribuição da erva, a partir de sua empresa Creative Edge Nutrition, em Detroit.

    A poucos quilômetros dali, do lado canadense da fronteira, ele está construindo uma estufa de 6.000 m² para plantar e distribuir maconha medicinal no Canadá -de olho na possível legalização da droga nos EUA também.

    O governo canadense luta na Justiça para revogar as licenças de 40 mil usuários de maconha medicinal que podem plantar a erva em casa. Pelo projeto canadense, a partir de 1º de abril, só grandes produtores sob supervisão restrita do governo (e em lugares fechados) poderão produzir e vender a planta.

    Duzentas empresas já pediram licença, como a Creative Edge Nutrition.

    "Basta você conseguir uma prescrição de seu médico de confiança e você pode começar a adquirir maconha. Teremos um sistema de venda e distribuição como o da Amazon, direto ao cliente", disse Chaaban.

    A plantação deve começar em maio -a primeira colheita é esperada para agosto. Já tem um preço estimado de US$ 8 o grama (R$ 19). Deve pagar até 8% de imposto. "Imagino uma margem de lucro de 80%", calcula. Ele espera uma receita de até US$ 250 milhões/ano em 2016/17.

    A publicidade está proibida -as empresas terão que contratar consultores para divulgar seu produto para médicos e hospitais, mas jamais em meios de comunicação.

    Mas o empresário admite que está de olho mesmo é no potencial do mercado americano. Com 20 Estados nos EUA onde o uso medicinal da maconha é aprovado, dois (Colorado e Washington) onde o uso recreativo foi aprovado em voto popular e outros plebiscitos à vista (Alasca, Arizona, Maryland), ele sonha que, "em dois ou três anos, a maconha será legalizada nos EUA".

    Na Califórnia, Estado pioneiro no uso da maconha medicinal, os cofres públicos já arrecadam anualmente cerca de US$ 100 milhões com os impostos (a venda é taxada em 8,4%).

    Por enquanto, Chaaban faz lobby para que o uso e a distribuição de maconha sejam aprovados em Michigan.

    O potencial desse mercado tem criado um ecossistema para negócios ligados à cannabis -do investidor Justin Hartfield, que tem um fundo só para empresas do setor, ao laboratório farmacêutico RXNB, que tem registrado diversas patentes com produtos a partir da erva. Em Denver, empresas entram no setor de comestíveis, com biscoitos e doces que usam maconha como ingrediente.

    Uma barreira para o setor é a falta de reconhecimento das leis federais americanas ao uso da maconha -o que faz que muitos bancos não queiram investir ou fazer empréstimos na área.

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