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    Para liberar pátios, governo pode "guinchar" jatinho na Copa

    JULIA BORBA
    DE BRASÍLIA

    02/04/2014 03h00

    O governo planejou um conjunto de regras mais rígidas para punir os donos de jatinhos que descumprirem as orientações dos aeroportos durante a Copa.

    As punições envolvem reboque, lacre, multa, proibição do uso da infraestrutura do aeroporto e perda da preferência para decolar.

    O objetivo é evitar que ocorra no Brasil o mesmo problema que houve em 2010, na África do Sul, quando aviões executivos lotaram os pátios e voos comerciais tiveram de ser desviados. Houve caso de aviões da Europa que tiveram de retornar em pleno voo.

    "Isso precisa ficar muito claro. Não vamos permitir o descumprimento das regras", disse à Folha o diretor de Gestão Aeroportuária da SAC (Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República), Paulo Henrique Possas.

    "Os passageiros deverão desembarcar e o piloto vai estacionar no aeroporto indicado pela Aeronáutica. Quem não respeitar será punido."

    A SAC estima que mais de mil posições de estacionamento, em aeroportos próximos aos das cidades-sedes, tenham sido mapeadas pelo governo para receber os jatos.

    "Multar apenas não adianta, porque quem tem dinheiro pode preferir pagar a esperar que o avião volte de algum outro aeroporto. Essa, porém, não será uma opção."

    Aviões comerciais não devem recorrer aos estacionamentos de outros aeroportos, já que a malha dessas aeronaves é específica quanto aos horários de pousos e decolagens. No caso dos voos executivos, essa definição é feita em prazos mais curtos, muitas vezes no dia da viagem.

    O aperto nas regras da aviação executiva estará detalhado no "Manual de Planejamento" para administrar o aumento da demanda nos aeroportos no período dos jogos, que deve ser assinado pelo ministro Moreira Franco (SAC) na próxima semana.

    PASSAGEIROS

    O plano inclui a criação de uma área exclusiva para o estacionamento de ônibus de turismo nos arredores dos aeroportos. Chamados de "bolsões", eles devem diminuir o congestionamento na área de passagem de carros e táxis.

    Além disso, serão replicadas dentro de todos os aeroportos as estruturas para descanso e espera dos passageiros, semelhantes às usadas na Copa das Confederações.

    Apelidadas de "fun zones", elas servem para reduzir o tumulto na área interna. Cada espaço deverá ter, além de assentos, ar-condicionado e TV, alguns outros atrativos, como jogos, lanchonetes, totens de atendimento e internet.

    O próximo e último documento que falta para regular o funcionamento dos aeroportos -ainda não concluído- traçará o plano de contingência para Curitiba, Santos Dumont e Porto Alegre, que podem ter de fechar por algumas horas durante o período dos jogos devido à neblina característica da época do ano.

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