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    Importação brasileira é segunda que mais cresce no mundo, segundo OMC

    RENATA AGOSTINI
    DE BRASÍLIA

    15/04/2014 03h00

    O Brasil fechou o ano passado entre as grandes economias que mais aumentaram as importações de produtos, segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio).

    O país aumentou em 7% as compras de produtos do exterior em relação a 2012, empatando com a China e os Emirados Árabes Unidos. Em média, os demais países aumentaram as importações em 1%, segundo a organização.

    O crescimento brasileiro só foi inferior ao de Hong Kong (alta de 12%), região administrativa especial chinesa que a OMC contabiliza de modo separado da China –a alfândega do gigante asiático também faz essa distinção.

    O Brasil subiu, desta forma, um degrau na lista de maiores importadores, para o 21º lugar.

    O avanço das importações ocorre num momento em que o Brasil aumenta o uso de medidas de proteção.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No ano passado, o governo bateu recorde de medidas aplicadas contra países acusados de vender produtos no Brasil a preços abaixo dos praticados em seus próprios mercados, as chamadas medidas antidumping.

    O país é hoje um dos que mais se vale do instrumento, que é permitido entre as regras da OMC.

    O avanço nas importações não é por si só um problema. Os três países que mais compram bens do exterior (China, EUA e Alemanha) são os mesmos que lideram o comércio mundial em exportações.

    O problema é que, em 2013, as vendas de produtos brasileiros ficaram estagnadas –a queda foi marginal, de 0,16%. Os demais países aumentam suas exportações em 2% em média, segundo a OMC.

    Com isso, o Brasil seguiu no fim do ranking dos maiores exportadores.

    Ficou com o 22º lugar entre os 30 maiores países listados, atrás de emergentes como Rússia, Índia e México.

    No comércio de serviços, o desempenho brasileiro chamou atenção do órgão, que responsabilizou o país por "boa parte do declínio" no valor dos serviços exportados pela América do Sul e Central.

    As vendas brasileiras neste segmento caíram 2%, enquanto no resto do mundo houve avanço de 6%.

    Esse desnível tirou o Brasil da lista dos 30 maiores exportadores de serviços. Em 2012, o Brasil era o 29º.

    COMÉRCIO MUNDIAL

    A OMC também divulgou sua previsão para o crescimento do comércio global em 2013. A expectativa é que haja aumento de 4,7%, um avanço expressivo ante os 2,1% do ano passado.

    A taxa, contudo, ainda é menor que a média dos últimos 20 anos. A organização é otimista e acredita que tal patamar será atingido em 2015, quando o comércio global crescerá 5,3%.

    O brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC, lembrou que a organização não pretende acertar o número exato, mas apenas indicar uma tendência.

    "Se a previsão for precisa, será por acaso, honestamente." Ele afirmou que as estimativas são baseadas na expectativa de que a Ásia seguirá crescendo mais do que as demais regiões.

    Ele pontuou ainda que uma melhora no desempenho da Europa representaria grande ganho, já que a União Europeia representa um terço do comércio global.

    Folhainvest

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