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    Ações da Vale afundam 4% com temor de desaceleração da China e Bolsa cai

    DE SÃO PAULO

    15/04/2014 16h04

    O principal índice da Bolsa brasileira ampliou a queda na tarde desta terça-feira (15), com investidores penalizando as ações da Vale e da Petrobras em meio a perspectiva de desaceleração da economia chinesa.

    "São os principais papéis do mercado nacional e é natural que eles sofram acima dos demais", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos. "A China é o principal consumidor internacional do minério de ferro produzido pela Vale, por isso, o impacto sobre a mineradora brasileira é maior", acrescenta.

    Às 16h (de Brasília), o Ibovespa caía 2,05%, a 50.539 pontos. No mesmo horário, as ações mais negociadas de Petrobras e Vale cediam 2,88% e 4,17%, respectivamente. Juntos, esses papéis representam mais de 16% do Ibovespa.

    O mercado aguarda com ansiedade pela divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) da China no primeiro trimestre deste ano, que será conhecido nesta noite. Economistas esperam que o crescimento chinês passe dos 7,7% vistos entre outubro e dezembro de 2013 para 7,3% nos três primeiros meses de 2014.

    "A China é um grande consumidor de commodities (matérias-primas), principal produto exportado pelo Brasil. Um desaquecimento chinês pode reduzir a demanda pelos materiais brasileiros e prejudicar nosso país", avalia Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.

    O minério é a principal matéria-prima na produção do aço e, portanto, as ações de siderúrgicas acompanhavam a baixa da Bolsa. Às 16h, a CSN tinha queda de 3,64%, enquanto Gerdau perdia 2,22% e os papéis mais negociados da Usiminas mostravam desvalorização de 3,51%.

    Sobre as ações da Petrobras também pesam os desdobramentos do escândalo envolvendo a refinaria de Pasadena, nos EUA. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado nesta terça-feira, Graça admitiu a senadores da oposição que a aquisição da planta americana "não foi um bom negócio".

    "O desempenho negativo das Bolsas no exterior também colabora para a baixa da Bovespa hoje. Além da China, os investidores seguem apreensivos com a tensão entre Ucrânia e Rússia", diz Machado. O governo russo declarou hoje que Kiev está à beira de uma guerra civil.

    Os bancos colaboravam para o desempenho negativo da Bolsa. Na noite de ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de nova bancos médios brasileiros. No mês passado, a S&P já havia cortado os ratings de outras 13 instituições financeiras.

    Os papéis do Banco do Brasil cediam 0,25%, às 16h, enquanto Bradesco mostrava perda de 1,12% e Santander, de 1,19%. As ações do Itaú Unibanco registravam baixa de 2,23% no mesmo horário.

    "É natural que as ações de bancos caíam, porque foram as que mais subiram nas últimas semanas. As perspectivas para este setor são positivas. O governo está restringindo o volume de crédito concedido pelos bancos públicos, o que beneficia as instituições privadas, que acabam ganhando uma fatia maior do mercado", ressalta Machado.

    Às 16h, apenas sete papéis dos 72 que compõem o Ibovespa subiam: CPFL Energia (+1,93%), Light (+1,50%), Brookfield (+1,38%), Energias do Brasil (+0,71%), Suzano (+0,38%), Cesp (+0,26%) e BB Seguridade (estável).

    O setor elétrico ganhava destaque na ponta positiva do índice, após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ter aprovado um aumento nas tarifas de três distribuidoras de energia do país. Os reajustes chegam a 17% para consumidores residenciais.

    CÂMBIO

    No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 1,31% em relação ao real, às 16h, cotado em R$ 2,239 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 1,08%, também a R$ 2,239.

    Segundo operadores, o real acompanha a depreciação das demais moedas no exterior em relação ao dólar por conta da tensão política entre Kiev e Moscou. Às 16h, 22 das 24 principais moedas emergentes caíam em relação ao dólar. O real era o que tinha a segunda maior depreciação, atrás apenas do peso chileno (-1,33%).

    As intervenções do Banco Central no câmbio não foram suficientes para amenizar o movimento da moeda. O BC deu continuidade ao seu programa de atuações diárias, através do leilão de 10.000 contratos de swaps cambiais (operação que equivale à uma venda futura de dólares), no total de US$ 198,4 milhões.

    A autoridade também promoveu um leilão para rolar os swaps que vencem em 2 de maio, por US$ 493,5 milhões.

    Folhainvest

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