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    Servidores do IBGE paralisam atividades e reclamam de ingerência do órgão

    OSNI ALVES
    PEDRO SOARES
    DO RIO

    16/04/2014 11h15

    O protesto de servidores do IBGE que fazem uma paralisação em frente ao prédio da Diretoria de Pesquisa, na avenida Chile, no centro do Rio, cresceu e reúne cerca de 200 pessoas. Elas reclamam de ingerência política no órgão.

    A diretora da ASSIBGE, Ana Magni, ressalta que o movimento é para mostrar o esvaziamento do quadro técnico do instituto.

    "A suspensão da Pnad Continua foi o estopim de uma série de decisões arbitrárias por parte da diretoria executiva do IBGE. Conforme nota assinada por 45 técnicos, não havia necessidade de suspender a pesquisa, ou rever a metodologia", disse.

    Para Suzana Drumond, também diretora do sindicato, a presidente do IBGE, Wásmalia Bivar, expôs a autonomia técnica do órgão ao interromper a divulgação da pesquisa.

    "Não podemos aceitar interferência de candidatos de partidos A, B ou C", disse.

    Os técnicos dizem que a metodologia da renda da nova Pnad Contínua foi elaborada em 2011 por um grupo do instituto e que não há necessidade de mudança.

    Esse grupo foi ouvido pela direção, mas não apresentou proposta de alteração metodológica para atender o pedido de informação dos senadores que detonou a crise para equalizar entre os Estados a margem de erro da renda domiciliar per capita.

    O indicador passará a ser um dos critérios para a distribuição do Fundo de Participação dos Estados.

    Os técnicos dizem que convivem diariamente com pedidos de informação de senadores e contestação sobre suas estimativas de população, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participação dos Municípios. Nem por isso, dizem, ocorreram outras mudanças.

    Drumond criticou ainda a falta de transparência nas decisões do Conselho Diretor, que só ouviu os técnicos depois da crise instalada.

    SALÁRIOS

    Magni acrescenta que a media salarial dos servidores de nível médio do Ipea é 69% superior aos do IBGE. Já o sálario dos de nível superior do Ipea é 96% maior, segundo ela.
    A média salarial dos servidores do IBGE gira em torno de R$ 8.000, explicou Magni, acrescentando que a evasão (concursados que entram e vão embora) é de 30%.

    "Queremos que o governo federal olhe para nós [IBGE] da mesma forma que olha para o IPEA e CVM", disse.

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