• Mercado

    Wednesday, 01-May-2024 20:51:53 -03

    Inflação cede na prévia de abril, mas segue pressionada

    PEDRO SOARES
    DO RIO

    17/04/2014 09h39

    Após o susto do IPCA fechado de março (0,92%), que ficou na maior taxa para o mês desde 2003, a inflação deu sinais de arrefecimentos. A prévia do índice oficial do país de abril, medida pelo IPCA-15, registrou uma alta mais moderada, de 0,78%.

    A taxa, porém, ainda é elevada e superior à de março, quando o IPCA-15 havia sido de 0,73%. De janeiro a abril, o índice soma uma alta de 2,91%, acima dos 2.58% do mesmo período de 2013. Já no acumulado em 12 meses, a inflação bateu e, 6,19%, acima dos 5,90% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. A taxa está próxima do teto da meta do governo para o ano, de 6,5%. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta quinta-feira.

    Assim como no IPCA fechado de março, o grande vilão, mais uma vez, foi o grupo alimentação, cujos preços subiram, em média, 1,84% e superaram a taxa de 1,11% registrada em março. Sozinho, o grupo correspondeu a 58% da variação do IPCA-15 de abril.

    Os alimentos sobem na esteira do clima desfavorável, com estiagem nas principais regiões do país. Além disso, importantes produtos como trigo e soja sobem no mercado internacional e pressionam o preço de rações animais.

    Nesse cenário, aumentaram os preços das carnes (2,83%), batata (26,96%), leite (5,70%) e tomate (14,80%).

    O IPCA-15 cedeu frente ao IPCA fechado de março, por seu turno, por conta da menor pressão do grupo transporte, cuja alta perdeu força de 1,22% em abril para 0,54% em março.

    Além de transportes, que perdeu força com a queda das passagens aéreas (1,79% ante alta de 27,08% em março) e do fim do impacto do reajuste dos ônibus no Rio, também subiram menos os grupos de despesas pessoais (0,50%) e artigos de residência (0,24%).

    O resultado do IPCA-15 ficou abaixo do previsto pelo mercado –0,85% na média dos principais bancos e consultorias.

    Para o IPCA fechado de abril, porém, a previsão é que a taxa volte a acelerar. É que devem gerar impacto no índice os reajustes de energia elétrica em Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre –cujas tarifas já aumentaram mais em razão do gasto extra com o acionamento das térmicas diante da escassez dos reservatórios da hidrelétricas.

    Para a Rosenberg & Associados, o dado de abril do IPCA-15 reduz a "chance" de a inflação de abril ficar acima de 6,5% em 12 meses, ou seja, estourar o teto da meta. "Em maio, todavia, ainda mais com os efeitos dos aumentos de jogos de azar [loteriais], com certeza ultrapassaremos o teto da meta de inflação."

    Folhainvest

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024