Mariana Dias, 39, mediu até o tempo de deslocamento de metrô entre prováveis clientes antes de começar a Manicure Express, empresa que ela abriu neste mês.
Empresa deve comparar lucro e aplicações
Isso porque ela quer levar serviços de manicure para escritórios de São Paulo e, dependendo do tempo gasto nos deslocamentos, a empresa não conseguirá operar no azul. Ela conta que tem um custo de cerca de R$ 4.000 ao mês e são necessários dez atendimentos por dia para que a conta feche.
Estudos como esse são importantes para que empresários saibam se uma ideia que parece uma oportunidade tem chances de parar de pé quando colocada em prática.
Joel Silva/Folhapress | ||
Mariana Dias, que estudou quanto tempo demoraria para chegar até às clientes antes de começar empresa de manicure em escritórios |
Segundo Cândido Borges, professor da UFG (Universidade Federal de Goiás), é muito comum que empresários comecem o negócio tateando o mercado e só descubram se a ideia inicial é viável mais tarde.
A opção pode ser válida para quem decide começar aos poucos, enquanto mantém sua atividade principal, ou arrisca pouco em investimentos. Mas um estudo de viabilidade é fundamental quando há mais riscos ao apostar na ideia.
O estudo começa com uma pesquisa sobre os custos que a empresa terá. Para isso, deve-se conversar com possíveis fornecedores e pesquisar preços de aluguel e demais serviços necessários para a operação, explica o consultor do Sebrae-SP Luiz Lobrigatti.
Do lado das receitas, é importante que se pesquise quantos clientes a empresa tem potencial de atender e qual deve ser o gasto médio de cada um deles, diz José Dornelas, presidente da consultoria Empreende.
A formação dos preços de venda, outro ponto fundamental para a equação, depende principalmente de pesquisa com a concorrência e de levantamentos com potenciais clientes.
Comparando o preço de compra e de venda, sabe-se qual será a margem de lucro de cada produto. A seguir, o empreendedor simula diferentes volumes de vendas que pode ter e verifica de quanto movimento precisa para chegar ao lucro e se isso é possível com o que pretende investir, superando custos fixos e variáveis.
Editoria de arte/Folhapress | ||
Empresas que usam modelos de negócios ainda pouco testados, em geral, tem menos fontes de informações para avaliar sua viabilidade, diz Borges, da UFG.
dupla jornada
Como opção, lançam o produto gastando o mínimo possível com o objetivo de testar o mercado e fazem correções de rotas quando necessário.
No caso do Jurídicos Correspondentes, plataforma na internet que permite a escritórios de advocacia contratar profissionais do setor para a serviços em fóruns ou cartórios, a opção foi começar a empresa em meio período, quando os sócios ainda trabalhavam em uma imobiliária, conta Rafael Heringer, 26.
Como a ideia deu sinais de ter potencial, decidiram se dedicar totalmente a ela há oito meses. Para isso, tinham uma reserva financeira que os permitia pagar as contas por cinco e, caso a empresa não vingasse nesse período, desistiriam.
Agora, após terem alcançado o ponto de equilíbrio entre custos e receitas, a meta é encontrar investidor que, como eles, aposte no negócio.
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