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    Nova York cria programa de isenção de impostos para start-ups

    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    21/04/2014 03h00

    O Estado americano onde os impostos mais pesam no bolso dos empresários está oferecendo uma oportunidade tentadora para atrair investidores: dez anos de isenção para quem quiser abrir seu negócio em Nova York.

    A promessa é que, sob o programa "Start-Up NY", lançado no fim de 2013, as empresas não pagarão nenhum imposto estadual ou municipal, nem taxas de franquia.

    Podem se candidatar ao programa, que ainda está em fase de implementação, donos de negócios com sede em outros Estados ou quem já opera em Nova York –neste caso, é preciso estar abrindo uma nova frente de negócios, e gerando novos empregos.

    Determinados setores, contudo, ficaram de fora, como varejo, imobiliário, hotelaria e restaurantes.

    Outra exigência é que a empresa se afilie a alguma instituição de ensino, para o desenvolvimento de projetos. A proposta é que as "zonas francas" sejam instaladas nas proximidades de universidades.

    Já são 46 as áreas livres de impostos aprovadas. O governo, porém, não divulga quantas empresas se inscreveram.

    A Buffalo State, universidade que fica na segunda maior cidade do Estado, é uma das instituições já aprovadas no programa. Segundo o reitor interino, Howard Cohen, 35 empresas procuraram a universidade até agora em busca de parceria.

    "Nossa ideia é começar com três ou quatro empresas nos primeiros anos. Como é uma parceria de dez anos, não queremos apressar as coisas e nos arrepender depois", diz Cohen.
    Para ele, o programa garantirá uma maior oferta de estágios e pesquisa em ciência e tecnologia.

    Falando sob a condição de anonimato por ainda estar na fase de seleção do processo, o diretor de uma empresa de material químico da vizinha Nova Jersey disse acreditar que o programa garantiria uma economia de até 30% nos custos operacionais da empresa. "Valeria a pena, já que Nova York é bastante atrativa em termos de negócio", disse.

    O benefício, entretanto, tem despertado duras críticas de empresários que operam no Estado –que tem a carga mais alta de impostos, segundo levantamento da organização Tax Foundation.

    "Esse tipo de programa cria uma concorrência desleal com as companhias que já estão no Estado", afirma Ron Deutsch, diretor da organização Novaiorquinos por Justiça Fiscal.
    Para atrair mais empresas, a organização defende políticas que melhorem a infraestrutura e ajudem a qualificar a mão de obra. "Esse é o incentivo de que precisamos."

    Michael Falco/The New York Times
    David Gilboa (à esq.) e Neil Blumenthal, sócios de start-up de e-commerce que abriu lojas para contato com clientes
    David Gilboa (à esq.) e Neil Blumenthal, sócios de start-up de e-commerce que abriu lojas físicas
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