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    'Shoppings virtuais' crescem, mas têm desafio de atrair vendedores

    REINALDO CHAVES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/04/2014 03h00

    A abertura de um marketplace, plataforma que funciona como um shopping center virtual –reunindo várias lojas on-line em um único site– pode ser uma alternativa para reduzir custos. Mas, para serem viáveis, esses sites precisam oferecer atrativos aos vendedores.

    O e-commerce tradicional lida com gastos que aumentam de forma exponencial à medida em que cresce o número de consumidores, como as despesas com tecnologia, frete, marketing, fornecedores e mão de obra.

    O marketplace, por ser um intermediador de vendas, tem custos menores e se encarrega de oferecer apenas a infraestrutura do site. Em troca, fica com uma comissão das vendas que costuma variar entre 5% e 20%.

    As despesas operacionais, de estoque e entregas, por exemplo, ficam por conta dos vendedores.

    De acordo com a Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), existem no país hoje cerca de 50 dessas plataformas: dez estão ligadas a grandes redes, como o Extra, do Grupo Pão de Açúcar. Os menores têm o desafio de sobreviver à concorrência, tanto em vendas quanto em número de vendedores.

    O caminho é longo. Segundo Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP, esses sites levam cinco anos até equilibrar receitas e despesas.

    Mauricio Salvador, presidente da Abcomm, afirma que esse tipo de negócio é viável quando oferece um sortimento grande de produtos, fornecidos por diferentes vendedores.

    Com isso, crescem as taxas de conversão de vendas, já que as chances de o consumidor não encontrar o que procura diminuem.

    ATRATIVOS

    Para atrair vendedores, é necessário transformar o site em uma "companhia de serviços", diz Salvador.

    Com seis anos de funcionamento, 55 funcionários e 140 mil lojas, o Elo7, de artigos e presentes artesanais, realiza encontros presenciais mensais com seus vendedores para discutir aperfeiçoamentos no site.

    Na logística, setor no qual tradicionalmente os marketplaces não atuam, a empresa passou a oferecer um serviço para ter frete com desconto na postagem dos Correios.

    Segundo Carlos Curioni, presidente da empresa, isso estimula muito as vendas. Ele não revela números.

    Outro diferencial que começa a ser oferecido é o serviço de curadoria. O Roupas S.A., especializado em vestuário, possui uma profissional formada em moda para selecionar estilistas que desejam vender no portal.

    Cada roupa recebe uma nota de 1 a 10 e só aquelas com 5 ou mais são colocadas em destaque. A curadora também envia relatórios para os vendedores sobre quais pontos poderiam ser melhorados nas peças.

    O sócio-diretor do Roupas S.A., Rafael Guandalini, 29, conta ter 500 lojistas participantes –boa parte são pessoas que já tiveram lojas on-line e fracassaram.

    "São empresários com muito conhecimento técnico, mas sem noção da complexidade do comércio eletrônico. Nós criamos uma loja rapidamente para eles."

    Folhainvest

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