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    Economistas veem inflação acima do teto da meta neste ano, em 6,51%

    DA REUTERS

    22/04/2014 08h48

    A inflação vai estourar o teto da meta do governo em 2014 segundo economistas de instituições financeiras, que passaram a ver este movimento pela primeira vez neste ano.

    Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta terça-feira (22) mostra que os economistas projetam o IPCA, a inflação oficial do país, neste ano a 6,51%, ante 6,47% na pesquisa anterior, na sétima semana seguida de alta da projeção.

    A inflação segue em patamares elevados, como mostrou o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) divulgado na semana passada.

    O indicador atingiu em abril 6,19% no acumulado em 12 meses, após ter acelerado a alta a 0,78% sobre o mês anterior, ainda sob o peso dos preços de alimentos.

    A meta de inflação do governo é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Se a meta não for cumprida, o BC tem que explicar oficialmente porque isso não aconteceu.

    O Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, vê um cenário ainda pior para este ano, com a inflação a 6,59% contra 6,49% anteriormente.

    Em relação a 2015, a perspectiva para o IPCA foi mantida em 6% nas projeções, enquanto nos próximos 12 meses os economistas veem o indicador a 6,07%.

    Para o crescimento do PIB, a pesquisa mostrou que a estimativa para este ano foi reduzida a 1,63%, ante 1,65%, após sinais de desaceleração no início do ano.

    Em fevereiro, a economia brasileira registrou forte desaceleração segundo o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que avançou 0,24% sobre o mês anterior após alta de 2,35% em janeiro.

    JUROS

    Com cenário de inflação alta, os economistas consultados no Focus mantiveram a projeção de Selic a 11,25% no final deste ano, com mais uma alta de 0,25 ponto percentual na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom).

    Hoje, a taxa básica de juros estás em 11% ao ano.

    Já o Top 5 de curto prazo vê manutenção na Selic em maio, enquanto o Top 5 de médio prazo deixou inalterada sua expectativa para a Selic no final deste ano, em 11,88%.

    POLÍTICA MONETÁRIA

    Enquanto isso, o BC tem indicado que pretende interromper o ciclo de aperto monetário para avaliar os efeitos "defasados" da política monetária, classificando a pressão nos preços de alimentos como "temporária".

    Na semana passada, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu que a instituição tem atuado de forma clássica e técnica, e que parte relevante da alta dos juros ainda não atingiu os preços.

    Inclusive o fato de o IPCA-15 de abril ter subido menos do que o esperado foi considerado como algo que poderia tirar pressão sobre o BC agora.

    Editoria de Arte/Folhapress

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