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    Mantega admite que inflação acumulada pode ultrapassar limite

    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    23/04/2014 12h57

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta quarta-feira (23) que a inflação acumulada em 12 meses pode ultrapassar o limite de 6,5% estabelecido pelo governo. Já inflação do ano, medida de janeiro a dezembro, não vai estourar o teto da meta, garantiu.

    "Quando você pega inflação no seu pico, no período mais forte, em 12 meses, pode até ultrapassar os 6,5% que é o nosso limite máximo. Mas depois ela diminui, arrefece. Tenho certeza de que vamos terminar o ano dentro do limite de 6,5%", disse.

    "Não vamos ultrapassar o limite de 6,5%. Vamos voltar a conversar em um mês e meio, dois, e vocês verão que, nesse momento, a inflação já estará num patamar mais baixo."

    Segundo Mantega, a inflação elevada é sazonal, e chegou a seu ponto máximo em março e abril, puxada pela escassez de chuvas –que elevou o preço da energia e de hortifrutigranjeiros.

    "Tivemos dois meses de pressão inflacionária, em seguida ela começa a recuar. Posso dizer que os indicadores demonstram que a inflação começou a recuar, de modo que em maio e junho ela será mais baixa", disse.

    VILÃO

    Um dos itens que mais tem puxado a inflação é a energia elétrica. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tem aprovado reajustes na casa de dois dígitos às distribuidoras.

    Segundo Mantega, a energia elétrica teve "um aumento um pouquinho maior, por causa da questão das chuvas".

    "Todo ano tem um vilão na história da inflação, mas importante que seja apenas um vilão, e os outros preços possam flutuar e cair ao longo do tempo e sazonalidade", afirmou.

    Mantega negou que os critérios de avaliação da inflação devem mudar. Não haverá a retirada dos alimentos do cálculo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

    "Quem faz isso são os Estados Unidos, retira alimento e combustível do índice principal. Não fazemos isso, e continuaremos da mesma maneira, usando os mesmos critérios."

    Sobre uma eventual alta do etanol na mistura da gasolina, o ministro afirmou que é "sempre possível, mas que nesse momento não estamos cogitando". A gasolina vendida nos postos brasileiros tem 25% de etanol em sua mistura.

    Segundo o ministro, a safra da cana e do etanol começa em maio, o que deve baixar os preços do biocombustível - e da gasolina, consequentemente –ajudando a reduzir a inflação.

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