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    Volks reduzirá produção e suspenderá contratos de trabalho em duas fábricas

    DE SÃO PAULO

    25/04/2014 11h38

    A Volkswagen confirmou que irá implementar, a partir de maio, um programa de "lay-off" (suspensão temporária de contrato de trabalho) nas fábricas de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e São José dos Pinhais (PR).

    Segundo a montadora, a decisão foi tomada com base em contratos estabelecidos entre a empresa e os sindicatos dos trabalhadores, "para adequar-se à demanda atual do mercado".

    Por meio de nota, a VW diz que esse medida não muda o plano de investir R$ 10 bilhões até 2018 para desenvolver novos carros no país.

    Com isso, a Volks se une a outras montadoras que enfrentam problemas com os estoques altos e precisam paralisar parte da produção. É um reflexo da queda nas vendas.

    Segundo a Anfavea (associação dos fabricantes), houve redução de 1,7% nos emplacamentos no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2013. A conta inclui carros de passeio e comerciais leves.

    Em março, os estoques chegaram a 48 dias de venda, o que faz as montadoras promoverem campanhas na tentativa de esvaziar os pátios.

    Pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o período de "lay-off" pode se estender por um prazo máximo de cinco meses.

    Apesar do cenário, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirma não temer demissões e diz que cerca de 900 funcionários estão incluídos no programa de "lay-off" da Volks.

    "Fizemos um acordo em 2012 para evitar dispensas, e prevíamos passar por uma situação complicada neste ano, com o fim da produção da Kombi e do Gol G4. Mas, com a crise comercial na Argentina e o crescimento abaixo das expectativas, a situação ficou pior do que se imaginava", afirma Wagner Santana, secretário-geral da entidade.

    O trato com a Volks garante estabilidade para os funcionários até 2017.

    SALÁRIOS

    A montadora irá complementar o salário dos funcionários temporariamente desligados –outra parte é paga pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

    Já entre os representantes do setor de autopeças, a preocupação é maior. "Normalmente, esperamos três demissões em nossas linhas de produção para cada uma nas montadoras", diz Adilson Torres, diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

    Segundo ele, houve cerca de 150 desligamentos na região desde o início do ano.

    Em Porto Real (RJ), 650 dos 3.000 trabalhadores do grupo PSA Peugeot Citroën estão afastados da fábrica, também em "lay-off", desde fevereiro. GM, Fiat e Mercedes estão em período de férias coletivas em algumas de suas unidades.

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