O governo argentino atribuiu ao Brasil a suspensão do trabalho em algumas montadoras do país, por causa da crise no setor automotivo. A Argentina exporta 86% de sua produção de veículos para o Brasil.
"Tem a ver com a redução abrupta da demanda externa do Brasil", afirmou o chefe de gabinete da Casa Rosada, Jorge Capitanich, nesta segunda-feira (28).
O ministro também disse confiar na renovação do acordo do setor automotivo entre Brasil e Argentina, que vence no dia 30 de junho, para a retomada das vendas de carros.
A Renault e a Iveco na Argentina já suspenderam o trabalho em suas fábricas por causa da queda nas vendas. Na planta da Renault em Córdoba, 2.000 funcionários estão sem trabalhar.
A Volkswagen anunciou nesta segunda que tem um estoque de 15.000 carros 0 Km no pátio de sua fábrica no país e nas concessionárias. A montadora fez um acordo com um sindicato de trabalhadores para ainda não demitir funcionários, mas informou que 720 postos poderão ser fechados.
Nesta terça-feira (29), em Brasília, os ministros argentinos Axel Kicillof (Economia) e Débora Giorgi (Indústria) se reúnem com o titular brasileiro do Ministério do Desenvolvimento, Mauro Borges, e representantes de montadoras de ambos países para tentar resolver os impasses no comércio bilateral.