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    Captação da "nova Oi" rende R$ 8,25 bilhões no mercado

    JULIO WIZIACK
    DAVID FRIEDLANDER
    DE SÃO PAULO

    29/04/2014 02h00

    A Oi conseguiu levantar no mercado R$ 8,25 bilhões para sua capitalização e, assim, concluir a fusão com a Portugal Telecom (PT). Começa nesta terça-feira (29) a troca das ações das duas operadoras pelo papel da nova empresa, a CorpCo.

    Nessa operação, investidores da Oi entregam suas ações ordinárias (com direito a voto) e preferenciais por papéis da CorpCo, empresa que controlará as duas operadoras.

    A Folha apurou que a troca dos papéis da Oi será feita a R$ 2,17 pelas ações ordinárias e R$ 2 pelas preferenciais.

    Essa operação é parte do processo de fusão entre as duas empresas e injetará R$ 15,7 bilhões em dinheiro novo para que a "nova Oi" continue no jogo da telefonia.

    Desse total, R$ 5,7 bilhões são os ativos da Portugal Telecom. Outros R$ 2 bilhões saíram de um fundo de investimento criado pelo BTG Pactual. O restante (R$ 8,7 bilhões) foi obtido por um sindicato de 14 bancos junto a investidores, principalmente fundos de investimento da Europa e dos EUA, que responderam por 80% dos recursos. O restante ficou com investidores nacionais.

    editoria de arte/folhapress

    SUPERTELE NACIONAL

    A fusão entre as duas operadoras começou a ser traçada em julho de 2010, quando a Portugal Telecom vendeu sua participação na Vivo e entrou na Oi, comprando 12% por R$ 8,3 bilhões.

    Naquele momento, a Oi já estava em dificuldades, com um endividamento de cerca de R$ 30 bilhões, devido à compra da Brasil Telecom, em 2008. Essa transação só ocorreu porque o presidente Luís Inácio Lula da Silva autorizou a mudança das regras do setor de telecomunicações com o objetivo de fazer surgir um gigante nacional no setor capaz de se tornar "global".

    Agora internacionalizada, a "nova Oi" terá 38% de participação dos sócios portugueses (45% do capital). Os sócios brasileiros terão 30%.
    Juntas, as duas empresas terão valor de R$ 65 bilhões e contarão com cerca de 100 milhões de clientes no Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Namíbia e Macau.

    A maior parte dos ativos da Portugal Telecom (R$ 4,5 bilhões) será usada para pagar a dívida dos controladores da Oi com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

    O restante ajudará no escalonamento da dívida. Assim, a empresa ganha fôlego para continuar investindo e retomar a competição com os três grupos que atualmente disputam o mercado (Vivo, Claro e Tim).

    SÓCIOS ESTATAIS

    O BNDES e os fundos de pensão (Previ, Petros e Funcef) colocaram cerca de R$ 860 milhões. Ainda segundo apurou a reportagem, o banco colocou cerca de R$ 700 milhões. Os fundos, pressionados pelo BNDES para colocar R$ 600 milhões, só investiram R$ 160 milhões.

    Folhainvest

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