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    Vendas da Volks caem 18% no Brasil; Europa puxa resultado para cima

    DA REUTERS

    29/04/2014 15h04

    A montadora alemã Volkswagen apurou lucro líquido de 2,39 bilhões de euros (cerca de R$ 7 bilhões) no primeiro trimestre, um aumento de 18,2% em relação aos mesmos meses de 2013. A cifra foi reforçada por resultado financeiro melhor e pelo aumento da eficiência no período.

    O desempenho no trimestre foi sustentado principalmente pelo bom momento na Europa. Com a recuperação mais acelerada do mercado automotivo no continente, a Volks entregou 8,1% mais veículos de passeio na Europa Ocidental, ou 732,5 mil, e 12,3% a mais no Leste Europeu e na Europa Central, ou 150 mil.

    Enquanto isso, as Américas, que representam também mercado importante para a fabricante de veículos, viram deterioração nos negócios. Nos Estados Unidos, a queda nas vendas foi de 6,5%, para 133,5 mil carros, enquanto no Brasil houve baixa de 18,1%, para 108,6 mil unidades.

    De acordo com a montadora, a demanda dentro do mercado brasileiro piorou depois que entrou em vigor a obrigatoriedade do freio ABS e dos airbags nos carros, o que obrigou as fabricantes a elevarem preços. Além disso, o aumento parcial do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) também deprimiu a demanda por veículos, informou a empresa.

    COMERCIAIS

    As entregas de veículos comerciais, por sua vez, caíram 3%, para 166,1 mil unidades. Na Europa, houve alta de 6,9%, para 111,6 mil automóveis, enquanto no Brasil a baixa foi de 27,8%, para 33,7 mil.

    Ainda durante o primeiro trimestre, a alemã observou incremento de 1,5% nos custos, para 38,87 bilhões de euros, e avanço de 3,2% nas despesas com distribuição, para 4,76 bilhões de euros. Os gastos administrativos subiram 2,1% e terminaram em 1,65 bilhão de euros.

    Com a maior eficiência, o resultado operacional já subiu 21,8%, para 2,85 bilhões de euros, levando a margem sobre essa linha de 5% para 6%. O crescimento de 46% nas receitas financeiras líquidas, para 502 milhões de euros, também reforçou a última linha do balanço.

    Para o acumulado de 2014, a Volks acredita em alta de aproximadamente 3% nas vendas de veículos. O grupo alemão espera também reportar margem operacional de 5,5% a 6,5%.

    A receita líquida do grupo subiu 7,9% em bases iguais de comparação, alcançando 47,83 bilhões de euros. As vendas de veículos avançaram 7,9% entre janeiro e março, para 2,56 milhões de unidades. O volume produzido cresceu 7,4% e também terminou em 2,56 milhões de carros.

    CONTRATOS SUSPENSOS

    A Volkswagen irá implementar, a partir de maio, um programa de "lay-off" (suspensão temporária de contrato de trabalho) nas fábricas de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e São José dos Pinhais (PR).

    Outras montadoras no país, devido à redução nas vendas, também suspenderam contratos de trabalho ou entraram em férias coletivas.

    Em março, os estoques chegaram a 48 dias de venda, segundo a Anfavea (associação das montadoras), o que faz as fábricas de veículos promoverem campanhas na tentativa de esvaziar os pátios.

    Pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o período de "lay-off" pode se estender por um prazo máximo de cinco meses.

    Em Porto Real (RJ), 650 dos 3.000 trabalhadores do grupo PSA Peugeot Citroën estão afastados da fábrica, também em "lay-off", desde fevereiro.

    GM, Fiat e Mercedes estão em período de férias coletivas em algumas de suas unidades.

    A Volvo anunciou que irá reduzir sua produção de caminhões no Brasil.

    A Ford informou quer seu lucro líquido caiu 38,6% no primeiro trimestre, a US$ 989 milhões. A valorização do dólar, os gastos com reestruturação na Europa e com recalls preventivos pesaram sobre o resultado.

    Para o segundo trimestre, o grupo americano espera produzir 1,7 milhão de automóveis, 2% a mais em comparação anual. O volume fabricado será reduzido apenas nas Américas do Norte e do Sul. Com os números do primeiro trimestre, a Ford acredita que apenas a América do Sul ficou mais longe de sua meta de manter o lucro operacional durante o ano.

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