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    Armínio Fraga foi sugerido para Obama para comandar o Fed

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    13/05/2014 02h00

    O ex-secretário do Tesouro americano Timothy Geithner sugeriu ao presidente Barack Obama o nome de Armínio Fraga para presidir o banco central americano, conhecido como Federal Reserve.

    Geithner chama Armínio, ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, de "confiável e competente" e de líder "notável" em seu livro de memórias lançado ontem nos EUA.

    No livro "Stress Test -Reflexões sobre Crises Financeiras" ["teste de resistência"], Geithner rememora a crise financeira global de 1998, que levou à desvalorização do real, após um período de paridade com o dólar.

    "Após abandonar uma tentativa inicial de se manter a paridade do real com o dólar, uma liderança econômica soberba do Brasil conseguiu dar a volta por cima em poucos meses", escreve.

    Ao explicar os pacotes de ajuda decididos pelo governo norte-americano, Geithner acrescenta que "só funcionaram quando lidamos com líderes competentes e confiáveis".

    "O presidente do banco central brasileiro, Armínio Fraga, que também possui cidadania americana, foi tão notável que mais tarde eu o mencionei para o presidente Obama como um potencial presidente do Fed [o BC americano]", escreve.

    O livro de 580 páginas só fala de Brasil no início, em relação às crises dos anos 1990 –o efeito tequila no México, a crise russa, a do Sudeste Asiático e a desvalorização do real em 1999.

    Leo Pinheiro/Valor-17.dez.2007/Folhapress
    O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Bacen durante o governo de Fernando Henrique Cardoso
    O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Bacen durante o governo de Fernando Henrique Cardoso

    Em sua maior parte, Geithner foca a crise de 2008 e o polêmico plano de resgate aos bancos depois do colapso do Lehman Brothers.

    Naquele momento, o executivo era presidente da divisão do Fed em Nova York e participou, ao lado de Ben Bernanke (então presidente do BC americano) e Henry Paulson (que à época era secretário do Tesouro), das negociações envolvendo bancos e a crise financeira global.

    Meses depois, seria nomeado secretário do Tesouro pelo recém-empossado Obama.

    Ao deixar o governo no ano passado, Geithner virou presidente do Warburg Pincus, um fundo de "private equity" (fundo de compra de participação em empresas).

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