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    Procurado nos EUA, coproprietário da Telexfree pode estar no Brasil, diz jornal

    DE SÃO PAULO

    13/05/2014 19h50

    O coproprietário da Telexfree, Carlos Wanzeler, pode estar no Brasil.

    Seguindo o jornal americano "Boston Globe", fontes familiarizadas com o assunto disseram que Wanzeler, que tem cidadania americana e brasileira, deixou sua casa em Northborough, no Massachusetts e veio para o país via Canadá.

    De acordo com a publicação, o Brasil não é obrigado a extraditar para os EUA cidadãos acusados de cometerem crimes no exterior.

    Wanzeler e seu sócio, James Merrill, são acusados de conspiração para cometer fraude eletrônica.

    Merrill foi preso na última sexta-feira (9) e deve ser ouvido em uma audiência na sexta-feira (16). Já Wanzeler é considerado um fugitivo pelo Departamento de Justiça dos EUA.

    No Brasil, as operações da Telexfree foram bloqueadas em 2013, por tempo indeterminado, a pedido do Ministério Público do Acre.

    Já nos EUA, em abril, autoridades congelaram milhões de dólares em bens e entraram com uma ação contra a TelexFree nos EUA nesta semana acusando o grupo de promover "esquema ilegal de pirâmide" financeira.

    O advogado de Wanzeler, Paul Kelly, falou com o "Boston Globe" e disse que a defesa do brasileiro está "avaliando as ações apropriadas a serem tomadas em seu nome".

    Se condenados, Merrill e Wanzeler podem ser condenados a 20 anos de prisão cada um.

    INVESTIGAÇÃO

    Desde o início de 2013, a Telexfree estava sendo investigada pelo Departamento de Defesa do Consumidor, que recebeu denúncias de diversos Procons do país e do Ministério Público do Acre.

    Em junho passado, o órgão instaurou processo administrativo contra a companhia, que poderia ser multada em até R$ 6 milhões caso a fraude fosse comprovada.

    Um mês depois, a Polícia Federal anunciou que também investigaria a empresa Ympactus Comercial Ltda., nome de fantasia da TelexFree. A determinação para abertura do inquérito foi dada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

    Com a entrada da PF no caso, há uma investigação criminal.

    EUA

    A acusação de promover esquema de pirâmide financeira chegou aos Estados Unidos, onde, em abril, autoridades americanas congelaram milhões de dólares em bens e entraram com uma ação contra a empresa.

    Segundo a SEC (comissão de valores mobiliários dos EUA), autora da ação na Corte Distrital de Massachusetts, a companhia opera por meio de "oferta fraudulenta e não registrada de títulos", que tem como principais alvos brasileiros e dominicanos que vivem nos EUA.

    A EMPRESA

    A Telexfree tem sede no Espírito Santo, mas atua pela internet. A empresa apresenta-se em seu site como fornecedora de serviços de voz e faz propaganda de enriquecimento fácil a quem se torna "divulgador" de seus serviços.

    O trabalho oferecido pela companhia consiste em espalhar anúncios pela internet. Para participar, contudo, o colaborador tem de pagar uma taxa de adesão e comprar um "kit" que o habilita à função.

    Ela ainda oferece ainda o pagamento de comissão a quem trouxer mais membros.

    A Telexfree está proibida, no entanto, de aceitar novos colaboradores desde junho por determinação da Justiça de Rio Branco (AC).

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