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    Governo vai ampliar alcance do Refis a débitos vencidos até dezembro de 2013

    RENATA AGOSTINI
    DIMMI AMORA
    TAI NALON
    DE BRASÍLIA

    14/05/2014 13h04

    De olho no aumento da arrecadação, o governo irá ampliar novamente o alcance do Refis, o programa de parcelamento dívidas com a União.

    O plano agora é permitir a renegociação de débitos vencidos até dezembro de 2013.

    Antes, a legislação só autorizava que fossem incluídos no programa dívidas vencidas até novembro de 2008.

    Será exigida também a antecipação de valores para adesão à nova rodada do programa, condição que não estava prevista anteriormente.

    As alterações foram incluídas na medida provisória 638, editada em janeiro deste ano para tratar de um tema bastante diverso, o programa de benefícios fiscais do setor automotivo, o Inovar-Auto.

    A proposta de conversão da MP em lei foi votada nesta quarta-feira na comissão do Congresso que analisava o texto, já contendo os ajustes no Refis pedidos pela equipe econômica.

    Segundo o senador Gim Argello (PTB-DF), presidente da comissão, as medidas podem turbinar a arrecadação federal em R$ 20 bilhões.

    Ele afirmou que as novas regras do Refis são fruto de negociação com o governo. O texto seguirá para votação na Câmara.

    CONDIÇÕES ALTERADAS

    O Refis fora reaberto e encerrado em 2013, mas já havia a previsão de um novo prazo para adesão este ano. Mas as condições agora serão alteradas.

    Quem quiser aderir dessa vez terá de antecipar ao governo 10% do valor devido quando o montante for de até R$ 1 milhão e 20% quando superar esse patamar.

    O prazo para adesão à nova rodada do Refis será o último dia útil de agosto, caso o texto seja aprovado da forma como está.

    As modificações foram oficializadas no mesmo dia que a presidente Dilma Rousseff sancionou a nova lei sobre o lucro de empresas no exterior, oriunda da medida provisória 627.

    VETOS

    Dentre os 11 vetos feitos por Dilma, está justamente a permissão para a inclusão de dívidas vencidas até junho de 2013 no Refis, que havia sido incluída pelos deputados.

    A justificativa do Planalto foi que a medida implicava "grande renúncia de receitas da União" e violava a Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Ficou mantida, no entanto, a extensão do programa para bancos, seguradoras e multinacionais, que têm permissão para renegociar dívidas até dezembro de 2013.

    Dilma vetou ainda o artigo que beneficiava os planos de saúde, com o perdão de multas aplicadas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), as novas regras para o funcionamento de aeroportos privados e a isenção prevista para empreiteiras no pagamento de tributos sobre o lucro exterior.

    As empresas de construção escaparam, contudo, de veto em outra alteração de em seu sistema de tributação, que foi barrada apenas para os escritórios de advocacia.

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