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    Mantega rebate Mercadante e diz que governo não segura preços

    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    14/05/2014 15h23

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo segure preço de energia, gasolina e outros preços administrados, como disse o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) à Folha, em entrevista publicada nesta quarta-feira (14).

    Segundo Mercadante, o governo federal lança mão desse expediente para evitar impactos nos índices gerais de inflação.

    O ministro da Fazenda afirmou não ter lido a entrevista, e que não iria comentar o assunto. Mas, questionado por deputados, falou que não há represamento de preços de gasolina e energia, como afirmou seu colega de Esplanada.

    Mantega disse que houve reajustes recentes de gasolina e da alta da energia elétrica. Esse último vai na contramão da garantia da presidente Dilma Rousseff de que a conta de luz ficaria 20% mais barata com a renovação das concessões do setor elétrico.

    Na Câmara, o ministro voltou a garantir que a inflação, que tem se mantido no patamar acima de 6%, está em trajetória de queda.

    "Não tivesse havido desvalorização do real em 2012 e 2013, nos teríamos uma inflação menor, importando produtos a preço menor. Mesmo assim, podemos ver inflação está sob controle, não ultrapassou os limites, depois de ter tido pressão maior em março. Já está em trajetória de queda."

    REAJUSTES

    "Nós temos feito sim reajustes. Maior exemplo é o preço da energia, que subiu 18%. Onde está o represamento dos preços?" afirmou o ministro, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, para discutir a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.

    "Gasolina tem tido aumentos todo ano no Brasil. Não é verdade que tarifas são represadas", emendou o ministro, que se negou a comentar se haverá reajustes esse ano.

    Segundo Mantega, todos os anos a gasolina subiu mais que a inflação, numa média de dois reajustes por ano.

    Até abril do ano passado, os preços praticados no Brasil estavam alinhados com os preços internacionais, mas que a retirada de estímulos do banco central americano no ano passado e a flutuação cambial provocou um "desalinhamento".

    ENERGIA

    Mantega afirmou que não há falta de energia elétrica no país, mas falta de água em alguns lugares.

    Segundo o ministro, o governo federal fez um "modelinho" para que pudesse dividir o ônus da falta de chuva com distribuidoras e consumidores.

    No início do ano, o Tesouro comprometeu-se com R$ 9 bilhões para o setor elétrico, mas teve que reforçar esse repasse com mais R$ 4 bilhões.

    Questionado se a conta do Tesouro não é do contribuinte, Mantega disse que sim, mas que o governo procurou fazer o socorro ao setor elétrico "de forma equilibrada".

    "No fundo, a conta é do contribuinte. Não fazemos milagre. Tesouro não consegue gerar, pode taxar e depois devolver sob forma de benefícios", afirmou.

    "Pior seria colocar tudo no consumidor, diretamente. A solução encontrada é a que menos traz problemas para o consumidor."

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