• Mercado

    Wednesday, 26-Jun-2024 10:35:44 -03

    Drone à vela feito por startup vai 'espiar' bases de petróleo no Texas

    RAUL JUSTE LORES
    ENVIADO ESPECIAL A HOUSTON, NO TEXAS

    17/05/2014 02h00

    Um drone à vela, capaz de percorrer bases petrolíferas em alto-mar fazendo coleta e transferência de dados, será lançado comercialmente no mês que vem pela empresa Autonomous Marine Systems, instalada em Houston, no coração da indústria petrolífera texana.

    Hospedada em uma incubadora para startups na maior cidade do Texas, a empresa vai alugar seus drones aquáticos –de fibra de vidro, cada um pesando 59 quilos e com 2,43 metros de comprimento e 1,82 metros de largura.

    Segundo seus criadores, o engenheiro aeroespacial T.J. Edwards, 29, e o programador (mas formado em filosofia) Eamon Carrig, 31, ambos egressos da Universidade de Princeton, o drone batizado de "Datamaran" [catamarã de dados], vai revolucionar a transmissão de dados em alto-mar, tornando mais barata e com menos riscos a manutenção e inspeção de equipamentos.

    O primeiro drone marítimo foi produzido a partir de uma vaquinha virtual pelo site Kickstarter –mais de mil internautas conseguiram arrecadar os US$ 80 mil necessários para a criação do primeiro protótipo em 2012, que tem dois painéis solares no topo.

    Divulgação
    Drone à vela da Autonomous Marine Systems, capaz de percorrer bases petrolíferas em alto mar fazendo coleta e transferência de dados
    Drone à vela da Autonomous Marine Systems, capaz de percorrer bases petrolíferas para coletar dados

    Edwards e Carrig, que antes já tiveram uma pousada juntos na costa do Panamá, admitem ter olhos no Brasil também "e em todos os mercados com bases petrolíferas em alto-mar", disseram à Folha.

    Eles já fizeram testes no golfo do México, no Alasca e em Seattle.

    A inspiração para o drone veio de um projeto militar dos anos 1980, que tentaria fazer contraespionagem de submarinos russos, usando microfones em alto-mar e sensores em icebergs –algo que nunca saiu do papel.

    Na vela do protótipo, eles colocaram mensagens dos internautas que participaram da vaquinha virtual –uma delas, em português, de um doador brasileiro, "Arlindo, saudades eternas".

    Eles são uma das 23 empresas que já passaram pela incubadora Surge, especializada em empresas novatas de energia. "Somos como o Vale do Silício do petróleo e do gás", diz Kirk Coburn, criador da incubadora, Surge, que entra com US$ 30 mil em todas as empresas incubadas (em troca de participação acionária), que recebem três meses de hospedagem, cursos, mentores, além de aproveitarem a rede de contatos da Surge na cidade do petróleo.

    Ao final do período de incubação, os empreendedores precisam fazer uma apresentação para centenas de empresários e executivos do setor convidados a Houston para vender seus novos produtos e serviços, "de forma curta e de impacto, como se fosse uma palestra do TED", afirma Coburn, em referência à popular série de palestras curtas disponíveis na internet.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024